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Mariscos do asfalto

26 quarta-feira abr 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Manaus, paralisação, SMTU, transporte público

O triste da situação é o fato de o movimento paredista ilegal ter prejudicado os usuários do sistema que chegaram atrasados a seus compromissos

Dizem que na briga do mar com o rochedo quem leva a pior é o marisco, o qual, diga-se, nada tem a ver com luta entre os dois elementos da natureza. É isto, mais ou menos, o que ocorre em Manaus há bastante tempo, em relação às cada vez mais frequentes paralisações do transporte coletivo público da cidade, usado como instrumento de pressão pela classe dos rodoviários.

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Nesta segunda-feira, 24, quem serviu de marisco foram os trabalhadores que moram na Zona Norte da cidade com a paralisação dos ônibus da empresa Líder, retidos na garagem por cerca de duas horas, no início da manhã, para pressionar a organização, dizem os rodoviários, a pagar horas extras e outros benefícios financeiros a seus funcionários.

O triste da situação é o fato de o movimento paredista ilegal ter prejudicado os usuários do sistema que chegaram atrasados a seus compromissos e ficaram no prejuízo, quer pelo desconto de horas de atraso ou mesmo por perderem o dia de trabalho.

Quanto à ineficácia desse tipo de paralisação para obter o cumprimento de obrigações trabalhistas está mais do que comprovado, pois se esses movimentos fizessem alguma diferença para as empresas, estas não seriam reincidentes e observariam as normas legais que devem cumprir.

Em outras palavras, se há, realmente, o cometimento de ilícito trabalhista por parte de algumas organizações concessionárias do transporte público, das duas uma: ou os órgãos fiscalizadores não exercem suas prerrogativas para coibir as más práticas que prejudicam os rodoviários ou os argumentos usados para realizar paralisações são falsos.

O mais estranho, porém, é o fato de aqueles que falam em nome dos profissionais rodoviários do transporte coletivo público urbano também não se entenderem, como bem exemplificam as falas do vereador Jaildo dos Rodoviários (PCdoB), em texto distribuído nesta segunda-feira. O vereador afirma que a paralisação se deu em protesto ao assédio moral, às suspensões e “as justas causas” (dispensas por?).

Por outro lado, o vice-presidente do sindicato dos rodoviários, Josildo Oliveira, que alega nada saber sobre a paralisação, afirma que o movimento dos trabalhadores nos ônibus da Líder pode ter ocorrido pelo não pagamento de horas extras e de jornada com acréscimo nos feriados.

Enquanto o sindicalista alega ignorância sobre o movimento e o vereador quer a fiscalização municipal às quatro da manhã na porta das garagens, cerca de 20 mil pessoas foram prejudicadas e devem estar preparadas para, na sexta-feira, 28, enfrentar outro movimento paredista dos rodoviários, os quais podem aderir à greve geral prevista para aquele dia em manifestação contra a reforma da Previdência.

À falta de providências por parte do poder público, e não só do município, assim como também do Ministério do Trabalho e Emprego, os mariscos do asfalto continuam a enfrentar o transporte em ônibus lotados, sujos, e que nem sempre cumprem os horários estabelecidos, além de, com frequência, deixarem seus usuários na rua por pane mecânica. Tem jeito? Parece que no curto prazo, não.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 24/04/2017

Sindicalista não quer prejudicar ninguém, só 700 mil usuários

24 terça-feira jan 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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greve, justiça, Manaus, prefeitura, rodoviários, sindicalismo, SMTU, transporte coletivo

Na terça-feira, 17, Manaus viveu um dia de caos, quando os rodoviários paralisaram 100% da frota de transporte coletivo público, cerca de 1500 ônibus, prejudicando entre 700 mil a 800 mil usuários, conforme estimativas não oficiais veiculadas na imprensa, tudo porque, informam os rodoviários, eles não teriam recebido os benefícios assegurados pelo dissídio da classe no ano passado.

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A paralisação dos rodoviários iniciou descumprindo uma liminar da Justiça que proibia a realização do movimento paredista, mesmo assim, os usuários de ônibus sofreram e foram prejudicados pela greve ilegal dos rodoviários, os quais só colocaram coletivos nas ruas no meio da tarde daquela terça-feira.

Enquanto a Prefeitura de Manaus mantiver a posição atual, onde os empresários recebem subsídios para colocar a frota na rua, mas não podem fazer investimentos para melhorar o serviço, a população vai continuar a sofrer

A volta dos ônibus às ruas de Manaus só aconteceu depois que a Justiça ordenou a prisão de toda a diretoria do sindicado dos rodoviários, dirigido por Givancir Oliveira e Josildo Oliveira. Os dois irmãos comandam a entidade de classe há um bom tempo, mas as melhorias que porventura tenham conquistado para seus companheiros de trabalho não parecem satisfazer a classe.

O sistema de transporte coletivo é servido por uma frota cujos veículos menos velhos são de 2012/13, no mínimo, têm quatro anos de uso e não é novidade encontrar esses carros em pane mecânica, deixando seus usuários sem o serviço e, além disso, congestionando vias de tráfego intenso.

Se os usuários reclamam da qualidade do serviço de transporte coletivo, de outro lado os trabalhadores do sistema estão insatisfeitos com os salários e benefícios pagos, além das condições de trabalho. Para deixar a equação ainda mais complicada, os empresários do setor querem o reajuste da tarifa, cujo último aumento também se perdeu em dias passados, lá por 2013, quando passou para R$ 3. Em 2015, à força de subsídios, mesmo com estudos que apontavam a necessidade de aumento, a tarifa se manteve naquele valor.

As informações sobre o sistema, que um dia já foi acessível a qualquer vereador, hoje pouco se encontra no site da Prefeitura de Manaus ou no do Sinetram. A ausência de transparência sobre essas informações, que assim como o transporte coletivo, são públicas, é um outro problema para o cidadão que usa os serviços por necessidade e não por conveniência.

No entanto, enquanto a população sofre com as interrupções do serviço, o qual, mesmo com decisões judiciais contrárias já ficou parado, pouco se vê, em relação ao poder concedente, em ações com potencial para trazer melhorias ao sistema.

A última ação do município em relação ao transporte coletivo foi a negativa ao reajuste pleiteado pelos empresários em 2016, ano de eleições municipais e de difícil aprovação, como ficou patente, de reajuste na tarifa do transporte público.

Enquanto a Prefeitura de Manaus mantiver a posição atual, onde os empresários recebem subsídios para colocar a frota na rua, mas não podem – dizem eles – fazer investimentos para melhorar o serviço, a população vai continuar a sofrer, mesmo que sindicalistas como o vice-presidente dos rodoviários, Josildo Oliveira, declare que não quer prejudicar ninguém.

A afirmação do sindicalista soa até como insulto aos usuários, uma vez que ele deu essa resposta – não prejudicar ninguém – quando instado a fazer os rodoviários praticarem a catraca livre, isto é, transportariam as pessoas sem receber remuneração. Mas aí, o sindicalista disse que isso é crime. Pois é, prejudicar 700 mil pessoas, para Josildo Oliveira não é nada, ou essas são “ninguém”?

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