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Arquivos da Tag: segurança pública

Jornada fotográfica sob escolta

21 terça-feira ago 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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fotografia, Manaus, polícia, segurança pública

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PM acompanha fotógrafos no centro histórico de Manaus

Por volta de 2007, um grupo de fotógrafos profissionais, junto com amadores da fotografia, e também da cidade de Manaus, criou um movimento chamado a Escrita da Luz.  A ideia era juntar essas pessoas para fotografar sítios históricos e turísticos de Manaus com o objetivo de, a partir desse material, montar exposições fotográficas e divulgar a capital do Amazonas.

Em 2007, a taxa de mortes por homicídios, no AM, era de 21,1 por 100 mil habitantes. Desde aí, e até 2012, só cresceu

Naquela época, esse grupo saía às ruas sem nenhuma preocupação com a segurança.  Profissionais integrantes do grupo levavam seus equipamentos, alguns, como quem estava começando a fotografar, uma câmera básica, mas havia quem possuísse equipamentos melhores e com preços mais elevados, mesmo assim saíam para fotografar com esses equipamentos.

 Pouco mais de dez anos depois, no último domingo, dia 19 de agosto, outro grupo de fotógrafos resolveu fotografar o centro de Manaus como uma forma de comemorar a data dedicada ao Dia Mundial da Fotografia. A iniciativa de aproveitar o domingo ensolarado e quente teve início no Paço da Liberdade, onde o grupo se concentrou para fazer um percurso que terminou no Largo de São Sebastião, por volta das 11h.

A grande diferença entre as saídas de 2007 e a atual foi a preocupação com a segurança. Os organizadores da jornada fotográfica tomaram a iniciativa de buscar apoio e uma viatura da Polícia Militar acompanhou o grupo durante toda a manhã. O fato exemplifica o clima de medo e de insegurança que hoje impera na cidade e faz as pessoas pensarem mais de uma vez quando vão se expor nas ruas.

Em 2007, a taxa de mortes por homicídios, no Amazonas, era de 21,1 por 100 mil habitantes. Desde então, e até 2012, só cresceu. Em 2013 houve uma queda nessa taxa, que no ano anterior fora de 37,4 por 100 mil habitantes, e ficou em 31,3 por 100 mil habitantes. Essa baixa pode ser atribuída ao serviço de segurança comunitária inaugurado naquele ano, o Ronda no Bairro, que colocou a polícia mais próxima da comunidade.

Mas, como se sabe, tudo que é bom dura pouco, e as mudanças no governo que aconteceram em seguida devem ter contribuído para excluir a segurança das prioridades e o resultado é que, já em 2014, a taxa de homicídios subiu para 32 por 100 mil habitantes.  No ano seguinte, 2015, já voltara ao nível de 2012 e atingira 37,4 por 100 mil habitantes.

É possível que medidas tomadas em 2016 tenham feito essa taxa recuar um pouco naquele ano, para 36,3 homicídios por 100 mil habitantes. Este é o último número divulgado pelo Mapa da Violência, levantamento efetivado com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), embora o cidadão não consiga perceber se está mais seguro, hoje, do que há dois anos atrás.

A evolução, o crescimento do número de homicídios entre 2005 e 2015 foi de 101,7%, passando a 16,8% entre 2014 e 2015, enquanto no período de 2010 a 2015 ficou em 20,3%. Não é uma taxa que dê segurança a ninguém, pois continua a aumentar o número de homicídios do Amazonas, embora o Mapa indique que entre 2015 e 2016 a taxa teve redução (-2,9%).

A insegurança no Amazonas, no entanto, também se aplica a área da saúde, com doenças que se tinha como erradicadas e que voltaram a assolar o amazonense. A insegurança faz vítimas com a infraestrutura que não é melhorada e se não mata “na hora”, aumenta o preço dos produtos e leva os 314 mil desempregados do Amazonas ao desespero, outra insegurança catalogada por aqui.

Combate à violência tarda e falha

10 terça-feira out 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, homicídio, segurança pública, violência

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Desafio é a palavra da hora para o governador Amazonino Mendes que, mal assumiu, já está catapultado a candidato ao 5º mandato à frente do Executivo do Amazonas, lançado, segundo dizem, pelo seu partido, o PDT.

O desafio da violência, que a sociedade amazonense enfrenta desde há muito, indica que o lado negro está ganhando e a sociedade é vítima com mortos, sequelados físicos e psicológicos, cujo contingente só aumenta

Enquanto o governador assume que já estava na rede a descansar das fadigas da vida pública, mas atendeu ao apelo do povo e resolveu arrumar a casa. O Negão, assim, já se declarou escravo do povo e diz que topou o desafio de reconstruir o Amazonas.

Trabalho não vai lhe faltar, principalmente na área de segurança onde, de um lado, empresários do transporte coletivo público contabilizam, entre janeiro e setembro deste ano, prejuízo de quase oitocentos mil reais em 2.900 assaltos praticados contra o sistema de transporte coletivo. Só em setembro, informam os empresários, os meliantes efetivaram 358 roubos a ônibus, com a média de 12 ações ilícitas por dia. Será que tem polícia nas ruas? E as câmaras de segurança, servem para quê, mesmo?

Outro levantamento, desta vez da própria Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), dá conta de que, no primeiro semestre deste ano os amigos do alheio deixaram a pé 5.316 pessoas que utilizam – ou utilizavam – motocicletas na capital. Diz a pesquisa da SSP/AM que isso dá a média de uma moto roubada ou furtada em menos de hora.

Mas a ausência de segurança no Amazonas também é certificada pelo Atlas da Violência, edição 2017. Por ali fica-se sabendo que, entre 2005 e 2015, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes subiu de 18,5 para 37,4. Isso significa uma expansão superior a 100% – exatos 101,7% – na taxa de assassinatos praticados no Estado do Amazonas.

Nesses dez anos essa taxa se apresentou em curva ascendente e atingiu 37,4 homicídios por 100 mil habitantes pela primeira vez em 2012, caindo para 31,3 em 2013, para voltar aos 37,4 em 2015. Grosso modo, pode-se afirmar que, apesar de a área de segurança pública ser beneficiária de cerca de 10% do orçamento estadual, algo como 1,5 bilhão de reais neste exercício, pouco ou quase nada está sendo feito para reduzir os níveis da violência no Amazonas, como bem refletiu, no primeiro dia de 2017, o massacre de detentos dentro de penitenciárias.

A explicação para a redução dos casos de homicídios observada em 2013 deve-se, possivelmente, à atuação do policiamento ostensivo efetivado, à época, pelo Ronda no Bairro, iniciativa que se perdeu, sumiu das ruas, dando lugar à bandidagem.

Os homicídios, no Amazonas, passaram de 599, em 2005, para 1.472 em 2015, informa o Atlas, ao registrar crescimento de 145,7% no período de dez anos. Tal fato coloca o Estado em quarto lugar no ranking das unidades federativas mais violentas do país, ficando atrás de Rio Grande do Norte, Sergipe e Maranhão, respectivamente.

Esses dados não contemplam outros tipos de violência tais quais agressão, tentativas de homicídios e lesões corporais, sem falar no trauma resultante a acompanhar e transformar a vida do cidadão ou cidadã em constante estado de medo e ansiedade.

O desafio da violência, que a sociedade amazonense enfrenta desde há muito, indica que o lado negro está ganhando e a sociedade é vítima com mortos, sequelados físicos e psicológicos, cujo contingente só aumenta. Já passa da hora de aplicar os recursos de forma a detonar os malfeitores e seus malfeitos, inclusive aqueles de colarinho encardido, porque se foi branco a corrupção já manchou.

Massacre no Compaj merece explicação

03 terça-feira jan 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Brasil, Compaj, detentos, fuga, Manaus, rebelião, segurança pública

A chuva que caiu em Manaus desde a noite de 31 de dezembro e se prolongou pelo domingo de Ano Novo não impediu que 2017 começasse muito quente, com rebelião de detentos envolvendo duas unidades prisionais da cidade, culminando com mortes de pelo menos 60 detentos de uma facção criminosa, segundo informou o secretário de Segurança do Amazonas, Sérgio Fontes, para quem o problema dos assassinatos está ligado ao narcotráfico e deve ser tratados como prioridade pelos Estados, com envolvimento do governo federal.

 A insegurança continua a rondar não só as ruas de Manaus, mas os próprios agentes de segurança do Estado, feitos reféns no episódio

Das afirmações feitas pelo secretário de Segurança, entre as quais a de que a rebelião e assassinato de membros de facções criminosas rivais já vêm acontecendo há algum tempo, inclusive em Estados da região Norte, dá para se questionar, então, por que não foram tomadas medidas visando impedir que tais tragédias acontecessem por aqui.

Até onde se sabe, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), além de ter uma população carcerária muito superior à sua real capacidade – fato comum pelo Brasil afora, infelizmente – abrigava detentos pertencentes às duas facções conhecidas com PCC e FDN em suas instalações. Grosso modo, é como atiçar, pela proximidade física, tais rivalidades em função da animosidade existente entre esses detentos por seus interesses no narcotráfico.

O próprio secretário de Segurança também afirma que a tragédia desencadeada no primeiro dia de 2017 vinha sendo planejada pela facção que matou, degolou e esquartejou membros do bando rival. Ora, se estava sendo planejada e o aparato de segurança sabia disso, por que não foram tomadas medidas que evitassem a ocorrência dos assassinatos em massa, no Compaj, que levaram, mais uma vez, Manaus e o Amazonas para o noticiário nacional e internacional por um fato negativo de tamanha magnitude.

É ainda afirmação do secretário de Segurança que o massacre, como ele qualificou os assassinatos, foi uma guerra entre gangues ligadas ao narcotráfico. Pode até ser, no entanto, falta explicar por que só se tem notícias de mortos ligados ao grupo criminoso conhecido como PCC.

Além disso, outras questões ficam no ar quando se pensa na “logística” – digamos assim – para executar cerca de 60 indivíduos que, pela trajetória de vida na rota do crime, não eram cidadãos pacíficos e, portanto, com toda certeza, iriam reagir à altura quando agredidos, impondo violência e mortes também a seus agressores. Não foi o que aconteceu.

Nessa “logística”, que contou com a ação diversionista de uma fuga em massa no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) para desviar efetivos policiais para lá, enquanto as gangues entravam em conflito, falta ainda ser explicado com quais armas foram cometidos os assassinatos. A única certeza que o público tem agora é a de que a insegurança continua a rondar não só as ruas de Manaus, mas os próprios agentes de segurança do Estado, feitos reféns, ampliada pelos cerca de uma centena de foragidos que nada têm a perder se matarem mais alguém enquanto estiverem nas ruas.

A favor do secretário de Segurança pode ser dito que, em sua gestão, a quantidade de droga apreendida no Amazonas foi muito grande, cresceu bastante, mesmo assim os interesses do cartel da droga não se intimidaram e continuam a faturar com o narcotráfico, prática que deve se ampliar mais ainda – após as festas de fim de ano – com a proximidade do Carnaval.

Os fatos ocorridos em Manaus no fim de semana são, porém, consequência da falta de combate às causas que levam ao crescimento do narcotráfico na região e mesmo no Brasil, um país onde o cidadão comum praticamente não pode se armar para defesa própria, enquanto o bandido anda armado até os dentes e é, ao que parece, o dono do pedaço até nas penitenciárias.

Cuidado, sua vida pode valer apenas 55 reais

31 sábado dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, assassinato, ônibus, Manaus, segurança pública, violência

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Manaus amanheceu, na segunda-feira, 14 de novembro, véspera de feriado e ponto facultativo no município e Governo do Estado, com boa parte da frota de ônibus que serve o transporte coletivo da cidade parada nas garagem. Desta vez, os trabalhadores não fizeram paralisação para reclamar reajuste salarial, pagamento de vantagens e benefícios ou qualquer outra reivindicação do gênero. O que eles pedem é bem mais simples: querem segurança para poder trabalhar.

Tem hora na qual reflexão sobre a pena de morte para determinados crimes, como esse tipo de barbaridade, viria bem a propósito no Brasil

Tudo porque, em Manaus, a vida das pessoas de bem, do contribuinte, do cidadão que trabalha, paga seus impostos deixou de ter valor faz tempo, pelo menos no que diz respeito ao aparato de segurança pública que pouco se vê nas ruas, embora com frequência a imprensa seja convidada para ouvir boas notícias como aquelas que dizem ter havido redução no índice de homicídios na capital.

Pode até ser, já que fazer um boletim de ocorrência, documento que alimenta as estatísticas de segurança (ou insegurança) pública, às vezes requer dose cavalar de paciência nas delegacias – que já foram distritos integrados – e nem sempre a vítima se dá ao trabalho de ir até uma dessas unidades para fazer o registro, por saber, de antemão, que nada vai acontecer, principalmente em casos de roubos e assaltos sem vítima fatal.

Mas voltando à ausência de ônibus na segunda-feira, deve-se registrar que os funcionários da empresa onde trabalhava o motorista Feitosa Amorim, assassinado por dois bandidos durante assalto na noite de domingo, momento no qual a cobradora do mesmo veículo foi ferida a facadas, resolveram protestar pedindo segurança para que possam fazer seu trabalho.

É realmente uma situação complicada a falta de segurança na cidade e não somente no que diz respeito aos trabalhadores e usuários do transporte coletivo. De acordo com o supervisor de tráfego da empresa onde as vítimas trabalhavam, seus veículos sofrem, em média, cinco a seis assaltos por dia. Não é pouca coisa e, dependendo da violência empregada pelos bandidos, há trabalhadores que preferem mudar de profissão tamanho é o trauma psicológico causado por esse tipo violência.

O casal de trabalhadores e os bandidos – que escaparam da morte nas mãos da população revoltada, salvos pela polícia – foram encaminhados a um pronto-socorro da zona Leste onde o motorista morreu.

Pois é, tem hora que uma reflexão sobre a pena de morte para determinados crimes, como esse tipo de barbaridade, viria bem a propósito: o produto do latrocínio foi de R$ 55, é quanto vale, para a bandidagem que toma conta de Manaus, a vida de uma pessoa.

Enquanto isso, a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas informou, no último dia 10 de outubro, sobre a redução de 34% nos homicídios em Manaus, entre janeiro e setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2015. Por outro lado, o Sinetram registrou que, desde janeiro deste ano, as dez empresas que fazem o transporte coletivo na cidade já sofreram 2.767 assaltos, contra 2.203 no mesmo período de 2015, com média de dez ocorrências por dia e prejuízo superior a R$ 800 mil.

É possível que haja essa redução, no entanto, os números do Mapa da Violência mostram que, no Amazonas, entre os anos de 2013, quando foram cometidos 692 assassinatos só com a utilização de arma de fogo, e 2014 – com 756 mortes da mesma natureza – houve crescimento dos homicídios. Como os bandidos não escolhem armas, como foi o caso do motorista de ônibus, “há mais mortes do que possa supor nossa vã filosofia”.

Por fim, é bom que pense em fazer mudanças drásticas no Estatuto do Desarmamento. A lei, de 2003, desarmou os cidadãos e esqueceu que a bandidagem não compra armas em lojas, aliás, o número de armas de uso exclusivo de forças de segurança que aparecem em atentados contra a vida dos brasileiros é outro escândalo. Falta uma operação similar à Lava Jato nesse setor.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 15/11/2016

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