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Sofismas, falácias e chifres em cabeça de cavalo

25 terça-feira nov 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Collor de Mello, Eduardo Braga, emprego, indústria, postos de trabalho, zona franca

Na última quarta-feira, 19, o engenheiro elétrico e senador Eduardo Braga (PMDB) resolveu manter o palanque de campanha armado, mesmo após as eleições nas quais ele foi derrotado pelo governador José Melo (Pros). Para isso usou os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pelos quais, afirma o senador, em outubro, o Amazonas teve a maior perda de empregos dos últimos 12 anos.

Empregos-PIM-2003-14

Braga, que se depender de algumas lideranças de seu partido pode ir parar no Ministério das Minas e Energia, é um bom aprendiz de sofismas e tem buscado ultrapassar mestres como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de não perder seu precioso tempo sem buscar, também, seguir o exemplo das falácias pregadas pela presidente Dilma Rousseff (PT) durante a campanha.

Da afirmação do senador em seu Facebook fica a triste impressão de que, em vez de trabalhar para fortalecer a ZFM, ele prefere brigar com os números para tentar pôr chifres em cabeça de cavalo

Espelhado nos dois mestres de afirmações capciosas, o senador afirma que a perda de 862 postos de trabalho contabilizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no mês de outubro é “a maior perda de emprego dos últimos 12 anos, um recorde muito negativo para o nosso estado.”

Em outras palavras, o senador busca dar a impressão de que durante sua administração de oito anos o Amazonas teria vivido um clima de pleno emprego e, pior, também afirma que o atual governo nada faz para contornar tal situação.

No entanto, o sofisma é desmontado pela simples apresentação dos números coligidos pela Suframa nos Indicadores Industriais. Por ali é possível verificar que, durante a gestão de Eduardo Braga, houve o segundo maior recorde de perda de postos de trabalho no Polo Industrial de Manaus, somente ultrapassado pelo desmonte patrocinado pelo governo Collor de Mello nos anos 1990.

Naquela época, as indústrias incentivadas de Manaus fecharam o ano de 1990 com 76.798 empregos, conforme os Indicadores da Suframa. Três anos depois, o número de postos de trabalho havia sido reduzido pela metade. Em 1993, só restavam 37.734 empregos com carteira assinada no PIM. Foi a contribuição do “caçador de marajás”, de triste memória, para afundar o polo de indústrias de Manaus.

Já o governo do senador Eduardo Braga conseguiu encarar céu de brigadeiro desde seu início, em 2003, quando as indústrias empregavam 64.991, até 2008, momento em que o PIM empregava, diretamente, 106.914 pessoas. Mas aí as coisas mudaram e fatores que não dependiam nem das indústrias locais, e muito menos do governo brasileiro, fizeram o número de empregos cair para 92.699. Foram detonados, de um ano para outro, exatos 14.215 postos de trabalho. Se o senador quisesse mostrar os fatos econômicos era só fazer uma rápida pesquisa nos números divulgados pela Suframa periodicamente.

Para não fazer o mesmo jogo, é necessário informar que, no ano seguinte, o número de postos trabalho passou para 103.662. Assim, foram recuperados mais de 10 mil postos no PIM, mas ainda ficou um saldo negativo de 3.252 empregos não recuperados no fim da gestão de Eduardo Braga.

Agora, na gestão Aziz/José Melo, a partir de 2011, quando o PIM empregava 118.349 pessoas, há um equilíbrio e até os últimos indicadores divulgados pela Suframa, o número de empregos, em 2014, é, em média, de 122.074, com ligeira perda de 78 postos no intervalo 2012/2013.

Da afirmação do senador em seu Facebook fica a triste impressão de que, em vez de trabalhar para fortalecer a ZFM, ele prefere brigar com os números para tentar pôr chifres em cabeça de cavalo.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 25/11/2014

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