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Quem mente, rouba

31 sábado dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Brasil, Dilma Rousseff, mentira, pós-verdade, petismo, política, PT

Existe um ditado popular que aprendi muito cedo, ouvindo meus pais dizerem “quem mente, também rouba”. Dizer a verdade fazia parte, até uns anos atrás, do caráter das pessoas, criadas que eram sob a égide de que a honestidade fazia a integridade e esta só podia ser formada a partir do compromisso das pessoas com a verdade. Vai longe esse tempo, no qual também a palavra empenhada valia mais que dinheiro e honrá-la, mesmo com o próprio prejuízo, estava acima de qualquer coisa.

 Millôr Fernandes preferia dizer que ‘As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades’

Mas, voltando ao tema inicial, há também quem prefira dizer que “a mentira tem pernas curtas”, pois o mentiroso, além de ser imperativo ter grande criatividade, deve também ter memória prodigiosa, a fim de manter suas versões (imaginadas) do fato e não se contradizer. Millôr Fernandes preferia dizer que “As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades”.

Deve ser por aí, no entanto, nas terras abaixo da linha do equador “Santa Cruz, hoje Brasil”, há gente que simplesmente não tem nenhum compromisso com a verdade, mesmo aquela defendida por alguns, para os quais muitas são as verdades: a minha, a dele e a da vítima.

Nesse contexto, não é de admirar que as redes sociais tenham se transformado, desde a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama, na plataforma mais usada por políticos com o objetivo de plantar suas verdades a fim de obter os favores e voto do eleitor, principalmente daquele que pouco se informa, e prefere, talvez por osmose, ficar com a verdade do político jovem e bonito ou do religioso carismático.

Em um país que mal saiu de um impeachment presidencial causado legalmente por uma filigrana orçamentário-contábil, as infames pedaladas fiscais, mas cujo conjunto da obra, inclusive a mentira durante a campanha eleitoral de 2014, usada pela candidata que se reelegeu, a continuação desse tipo de comportamento é um insulto ao cidadão.

Exemplo disso é o projeto legislativo que tramita no Congresso Nacional, sob o patrocínio, entre outros, do presidente do Senado Federal, visando anistiar procedimentos desonestos de políticos, assim como lhes oferecer proteção legal ao mesmo tempo em que agentes públicos, como procuradores e magistrados que os investiguem, sofram penalidades sob o pretexto de abuso de autoridade. O país do futuro virou o país da impunidade, da inversão de valores e da mentira.

Na semana passada, o ministro da Cultura, Marcelo Calero, resolveu se demitir da pasta por um motivo dos mais graves. Seu colega na Esplanada dos Ministérios, Geddel Vieira Lima, o teria pressionado a produzir relatório com parecer favorável aos interesses de Geddel acerca de um edifício em Salvador. Assediado, Calero se negou a atendê-lo e preferiu abandonar o ninho de cobras, digo, a pasta ministerial.

O caso, evidente, caiu no colo do presidente Michel Miguel Temer que, intimorato, preferiu dar abrigo a Geddel Vieira e aceitar a demissão de Calero sob a argumentação de que o pedido, o assédio, a busca por procedimento não republicano não se efetivara. Por esse viés vesgo, se um bandido ameaçar um cidadão não comete nenhum crime até que, por exemplo, o espanque.

Mas as mentiras, os jeitinhos, os truques e as dissimulações usadas por políticos e não apenas brasileiros, está aí Donald Trump para mostrar que lá é assim como aqui, são práticas universais e o Brasil deve se sobressair nesse item.

Ante tais fatos, não é de se estranhar que o “New Oxford American Dictionary” tenha eleito o termo “pós-verdade” (post-truth) como a palavra mais importante de 2016 e o verbete explica que o termo é “relativo a ou que denota circunstâncias nas quais fatos objetivos são menos influenciadores na formação da opinião pública do que apelos à emoção ou à crença pessoal”.

É a nova versão daquele dito popular “meia verdade equivale a uma mentira inteira”, ou não?

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 22/11/2016

Mato queimado com demãos de cal

07 quarta-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Textos & Economia

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Abin, Dilma Rousseff, eleição, mentira, PT

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Quase acredito no discurso da presidente Dilma Rousseff lá no interior do Ceará, em Caucaia, para ser mais exato. O local parece ter sido escolhido a dedo pela assessoria presidencial, a qual, agora já se sabe, também parece querer ver a presidente de costas.

O município cearense onde a presidente resolveu se pronunciar à nação e avisar que o país vai vencer a crise “sem um nadinha de ódio e de amargura” tem 1.227 quilômetros quadrados e nasceu, oficialmente, em 1759. Dilma Rousseff ganhou aplausos por lá: foi inaugurar um conjunto habitacional para o município da região metropolitana de Fortaleza que tem cerca de 350 mil habitantes.

Vivemos tempos nos quais o respeito fugiu não se sabe para onde e, aquele gesto de antigamente, do filho pedindo a bênção do pai ou da mãe se perdeu também

Mas, voltando à assessoria que parece querer ver Dilma fora do Planalto e sem nenhuma reserva contra o município cearense, vejamos a palavra Caucaia. Será que houve um desejo implícito para que a presidente caia fora do Palácio do Planalto? Além disso, tem a sílaba inicial do nome: cau, logo vira cal. Quer dizer, cai fora e passa uma demão de cal nisso tudo? Pois é, com tanta coisa ruim nesse governo, teriam que ser várias demãos de cal…Porém, Caucaia, em língua indígena, quer dizer mato queimado, ou simplesmente, queimado. Faz sentido.

Por outro lado, para quem acha que exagero ao dizer que a assessoria presidencial não quer saber da presidente, basta assistir o vídeo da cerimônia no Palácio do Planalto, na quinta-feira, 27, quando, após ser anunciada pelo cerimonial da casa, Dilma Rousseff foi barrada por um dos integrantes da equipe que organizava o evento. Ninguém teve cerimônia com a “presidenta”: foi barrada em sua casa e nem era “aquela” festa.

Vivemos tempos nos quais o respeito fugiu não se sabe para onde e, aquele gesto de antigamente, do filho pedindo a bênção do pai ou da mãe se perdeu também. A presidente, bem ou mal, é a presidente do Brasil, e nem assim ficou isenta de ser barrada por um auxiliar. Como diria seu mentor e conselheiro, Luiz Inácio Lula da Silva, “nunca antes na história deste país…” E, nesse caso, não seria o desconhecimento da história do país.

Ao contrário do que pensa a escritora Lya Luft, para quem o país se repete e os fatos criam uma sensação de déjà vu, de terem sido vistos em outra ocasião, o Brasil não se repete, não tanto. Por exemplo, até a semana passada, era pouco provável que o ex-presidente Lula da Silva, supostamente garoto-propaganda de uma das empreiteiras mais enroladas na operação Lava-Jato, fosse constrangido a depor.

Mas, pelo que informa a revista semanal do grupo empresarial Globo, o ex-presidente pode estar, em alguma instância, envolvido em tráfico de influência internacional. E aí, de novo, o refrão criado pelo próprio, tem toda razão de ser utilizado, uma vez que “nunca antes na história deste país” tal fato aconteceu.

No entanto, retomando pronunciamentos presidenciais feitos na semana passada, se a escritora Lya Luft se engana quanto à sensação de déjà vu, a presidente se entregou ao dizer que, durante a campanha eleitoral de 2014 não havia como saber que a crise seria tão forte no Brasil.

Fica no ar questão das mais complexas: por que a presidente não sabia? Afinal, pelo menos uma fonte antecipou tudo que está acontecendo no país.  Relatório da empresa Empiricus, intitulado “O Fim do Brasil” e assinado por Felipe Miranda, dava conta da situação e mostrava perspectivas pessimistas sobre a economia brasileira.Afinal, Aécio Neves cantou a pedra durante toda a campanha eleitoral e foi demonizado pela presidente.

A questão complexa que fica pendente é: Para que serve a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)?

Pelo que diz a presidente, que não mente, nunca, jamais mentiu, a tal agência deve ser mais um órgão devidamente aparelhado por camaradas.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 01/09/2015

Nem todo mundo aprende com seus erros

26 terça-feira maio 2015

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Brasil, fora Dilma, impeachment, insatisfação, Manaus, mentira, protesto

Pouco mais de um mês depois de ter ido às ruas, em 15 de março, protestar contra a corrupção que veio à tona principalmente com a operação Lava-Jato, que está em sua 11ª fase, brasileiros de todas as regiões do país voltaram a fazer manifestação no domingo, 12 de abril, pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, pela reforma política, mas pouco ou quase nada se ouviu em favor da Petrobras, como o pseudoapoio ensaiado por manifestantes pagos por organizações controladas pelo PT tentaram fazer em 13 de março.

Se em Manaus teve petista postando foto do início da manifestação, que aconteceu na Praça do Congresso, no centro da cidade, e dizendo, no Facebook, que apenas 15 manifestantes apareceram, é de se inferir que esse tipo de militante é cria legítima do PT, onde seus líderes negam a realidade desde há muito, e se comportam, como bem exemplificaram as lambanças eleitorais da então candidata à reeleição que conseguiu seu intento alicerçada em bases fictícias, para dizer coisa mais forte, se espelhando nessas figuras.

No entanto, ainda em Manaus, quem se deu ao trabalho de sair sob a chuva forte que caiu desde o início da manhã e só amainou depois das 10h, e foi às ruas exigir respeito às leis, esgrimir faixas contra a corrupção, dar seu grito de “Fora Dilma”, ou mesmo protestar contra a inflação em curva ascendente, resultado de quatro anos de política econômica equivocada, de protecionismo a setores escolhidos entre os favoritos da corte, percebeu que, na Praça do Congresso, havia pelo menos 500 pessoas e na avenida Djalma Batista, mais tarde, cerca de 2,3 mil cidadãos insatisfeitos e ordeiros fizeram suas manifestações contra o caos político e outras mazelas de forma civilizada.

O petismo, que sempre foi forte nas estatais do Brasil, começa a desmoronar também nesse setor e o escândalo das aplicações sem retorno, para não dizer fraudulentas, que vieram à tona envolvendo o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, o Postalis, levou servidores da estatal a protestar contra a má gestão dos recursos do Postalis e exigir punição aos responsáveis pelos desmandos que deram prejuízo. Faixas exibidas na manifestação manauense acusavam inclusive a presidente Dilma Rousseff. Um exagero?

De outro lado, para aqueles que acreditam que o menor número de manifestantes que foram às ruas no último domingo demonstra fraqueza do movimento “antitudoquestaí”, é bom se dizer que, se menos gente foi às ruas, isso pode significar, como bem afirmou a ex-senadora petista Marina Silva, um aumento da desesperança. Quer dizer, o brasileiro acredita cada vez menos que a presidente e seu governo consigam resolver o estrago feito nos últimos anos.

Prova disso são as pesquisas divulgadas no último fim de semana pelo Datafolha a mostrar que 63% dos brasileiros são favoráveis à instauração de um processo contra a presidente Dilma Rousseff. Essa percepção, porém, indica, por outro lado, que menos de 30% acreditam que Dilma possa mesmo ser afastada.

A favor da presidente, diga-se, que a opção do Palácio do Planalto e do PT de nada comentar sobre a manifestação no próprio domingo é salutar. Vai ver que que os ministros que da última vez tentaram explicar o inexplicável andaram lendo a teoria de Karl R. Popper, a pregar que podemos aprender com os erros que cometemos. Não se pode dizer o mesmo da presidente Dilma Rousseff.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda 14/04/2015

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