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Mais mortes no rio Amazonas

03 terça-feira mar 2020

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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afogados, Amazônia, Anna Karolinne, infraestrutura, mortes, naufrágio, navegação, rio Amazonas

O velho chavão não perde atualidade e, na Amazônia, sempre volta a acontecer com mortes para a parte mais fraca em uma relação comercial: morrem os passageiros usuários das embarcações que fazem cerca de 80% do transporte na região.balsa Amarela3_Dara

A tragédia, cujas buscas por corpos continuam no rio Amazonas, no sul do Estado do Amapá, é anunciada por por vários motivos, entre os quais se destacam a falta de fiscalização, a omissão do poder público em relação a esse tipo de modal, que transporta tanto pessoas quanto mercadorias pelos rios amazônicos.

No caso presente, envolvendo o barco Anna Karolinne III, cujo naufrágio aconteceu na madrugada do último sábado, dia 29 de fevereiro, em Laranjal do Jari, Amapá, não se sabia nem o número de pessoas que a embarcação transportava, pois não havia lista de passageiros.

No Amazonas, assim como em toda a região, não é difícil flagrar embarcações com mais passageiros do que o quantitativo autorizado, além do transporte, misto, de cargas nas mesmas embarcações. A fiscalização, que poderia reduzir os riscos nesse modal, também não se faz presente no volume necessário para cobrir a oferta de barcos que viajam nos rios amazônicos.

Sabe-se que há na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) algumas medidas visando contemplar a regulamentação do transporte aquaviário no Estado, além de ter sido mencionada, pelo governador do Estado, na mensagem anual de 2020. A discussão implicaria até na realização de audiência pública sobre o tema.

Essas medidas, em nível regional, devem ter o respaldo a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), responsável maior pela regulamentação nessa área.

No entanto, ao observarmos a situação na qual operam os barcos regionais, em Manaus, já dá para ver que sem mudanças radicais tanto na infraestrutura, no caso portos que deem segurança aos usuários e às cargas, a tragédia cuja ocorrência mais recente é a do Anna Karolinne III, voltará acontecer.

O porto de Manaus, o Roadway, que tem estrutura adequada, é insuficiente para atender o grande número de embarcações que diariamente aportam ou chegam à capital do Amazonas, ensejando que portos alternativos, alguns com um mínimo de estrutura, como as balsas da avenida Lourenço Braga, a Manaus Moderna, e outras sem quase nada de estrutura, caso dos barcos que aportam no Educandos e na Colônia Oliveira Machado, sejam usados com todos os riscos que essa utilização implica.

Muito já se falou nas alternativas para construção de portos em Manaus, voltados, porém, para atender mais a demanda das empresas estabelecidos no Polo Industrial de Manaus (PIM), do que direcionados à navegação regional, que envolve a conexão entre a capital do Estado e as localidades existentes nas calhas dos rios do Amazonas.

A ligação dos municípios amazonenses entre si e à capital é tratada em segundo plano, enquanto da regulamentação, que envolveria inclusive o disciplinamento entre embarcações de carga e de passageiros, possivelmente separando as duas modalidades, é ainda mais difícil de ser abordada, à exceção de alguns parlamentares de origem interiorana que vivem essa realidade ameaçadora.

Enquanto pouco ou quase nada é feito, efetivamente, para dar maior segurança a quem tem necessidade de utilizar embarcações para se locomover na região, resta a possibilidade – e o risco nada desprezível – de viajar sabendo que tais riscos podem acaba de maneira trágica.

Cenários desvirtuados

10 terça-feira jul 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazônia, Amazonas, crescimento, infraestrutura, políticas públicas, zona franca

02-IMG_5293

Uma das premissas para se trabalhar com planejamento é a possibilidade de acompanhar o desenrolar das atividades projetadas a fim de, caso necessário, fazer mudanças que coloquem a atividade, a ação, o negócio ou mesmo o desenvolvimento de uma cidade, estado ou país em harmonia com as metas fixadas, a fim de que os recursos, sempre escassos, possam ser utilizados de forma a proporcionar o melhor benefício possível.

No início do século 21, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), como era denominado o atual Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), publicou um trabalho que contemplava a Amazônia com diagnóstico sobre a conjuntura regional e oferecia a perspectiva de que a região poderia, a partir do ano 2000, atingir um dos cenários projetados ao fim da segunda década do milênio.

O primeiro cenário, batizado como de “Desenvolvimento Sustentável”, previa uma Amazônia “próspera, fortemente integrada e com intenso comércio com o resto do País e exportações ampliadas para o mundo.” A realização desse cenário considerava o protagonismo a ser exercido pelo Polo Industrial de Manaus (PIM), uma vez que esse dinamismo seria suportado pela produção de bens de consumo, equipamentos e componentes microeletrônicos, de informática e telefonia. Assim, o desenvolvimento da região estaria interiorizado, criando postos de trabalho e alavancando os indicadores sociais.

O cenário seguinte é o de “Desenvolvimento Regional e Qualidade de Vida”, onde sobressairiam atividades novas como a bioindústria, combinados, por exemplo, com a de equipamentos e componentes microeletrônicos, além da ampliação de setores tradicionais como a indústria de bens de consumo duráveis e não-duráveis, com os mesmos resultados já listados no primeiro cenário.

“Crescimento e Degradação Ambiental” é um cenário menos otimista e a Amazônia aí é vista como região de crescimento médio e os segmentos com melhores retornos são a indústria de eletro-intensivos, metal-mecânica, agropecuária, agroindústria, beneficiamento de madeira e turismo. O desempenho da região, nesse cenário, não consegue eliminar a pobreza, além de um alto custo quanto ao meio ambiente, degradado com a utilização de tecnologias inapropriadas.

O quarto e último cenário, “Estagnação e Pobreza”, já dá bem a medida do que poderia acontecer com uma Amazônia que se manteria com a exportação de produtos derivados de recursos naturais renováveis e não-renováveis. “O espaço regional”, diz o estudo, “é desarticulado e as atividades dinâmicas são concentradas em poucos polos.” Resultado: pobreza e meio ambiente degradado.

O enunciado acima é parte do estudo Macrocenários da Amazônia 2000-2020 e oferece uma boa base para refletirmos acerca do que é e o que pode vir a ser a Amazônia, além de incluir o Polo Industrial de Manaus como uma das forças necessárias para o crescimento e desenvolvimento regional, fato que reforça a percepção do modelo Zona Franca de Manaus como fator primordial no crescimento do Amazonas e das outras regiões sob a jurisdição da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

No entanto, a integração da Amazônia ao resto do país ainda deixa muito a desejar e, no caso do Amazonas, e particularmente de Manaus, pela importância de seu parque industrial, a situação é mais precária sem ter por onde se abastecer ou escoar os produtos made in ZFM por via terrestre. Em um país que lá atrás, meados do século 20, fez a opção de privilegiar o modal rodoviário, a capital do Amazonas está isolada dos grandes centros consumidores do país, com as consequências drásticas daí advindas.

Voltando ao que dizíamos sobre a necessidade de planejar, pode-se afirmar que as poucas políticas públicas voltadas para dotar o país da infraestrutura necessária para dar suporte ao crescimento da economia são deixadas pelo caminho ao gosto do administrador público de plantão e para desgosto da sociedade. Sem isso, o país parar, como os caminhoneiros fizeram no último mês de maio, é apenas uma das muitas mazelas que devem ser enfrentadas.

Ciclovia sem uso e balsas perigosas

14 sexta-feira jul 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, infraestrutura, Manaus Moderna, porto

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Em Manaus há locais com boa estrutura de equipamentos públicos que são pouco utilizados e outros, aonde a demanda por esses equipamentos é tão grande que deixa a população sem ter alternativas para satisfazer atividades de lazer ou de trabalho, e para não fugir de um problema histórico na cidade, envolve a logística e mobilidade.

Já no que se refere a alta demanda por equipamento público, não há exemplo mais emblemático, em Manaus, do que as balsas usadas no embarque e desembarque das pessoas que usam o transporte fluvial

A avenida Nathan Xavier, na Zona Norte, é o exemplo de uma estrutura cujo equipamento urbano ali inserido é pouco usado pela população de seu entorno. Projetada para ligar a Zona Norte à Zona Leste como alternativas às vias existente e sempre congestionadas pelo trânsito pesado, essa avenida inicia na avenida Governador José Lindoso (das Torres) e vai até o bairro Novo Aleixo.

A inovação por ali é que a avenida Nathan Xavier já foi construída com uma das três pistas sinalizada e destinada aos ciclistas, mas, ao que parece, estes não foram avisados, e a ciclovia, cerca de três quilômetros nos dois sentidos da via, por lá fica e vai sendo usada pelos veículos mesmo.

Chama mais a atenção o fato de que a avenida das Torres é sempre utilizada como palco para apresentação de shows, maratonas e demais atividades que envolvem a necessidade de espaços mais amplos, com isso, usuários que a utilizam como via de comunicação entre a Zona Norte e a Zona Sul, findam por perder agilidade quando eventos são realizados ali. Fato que se torna mais complicado na época do Carnaval.

É possível que a utilização da avenida Nathan Xavier para a realização desses eventos atenda de modo efetivo quem, hoje, recorre à avenida das Torres, com isso deixando livre para o tráfego a avenida Governador José Lindoso (Torres).

Já no que se refere a alta demanda por equipamento público, não há exemplo mais emblemático, em Manaus, do que as balsas usadas no embarque e desembarque das pessoas que usam o transporte fluvial como meio para sair ou chegar à capital do Amazonas e se veem obrigadas a se dirigir à Manaus Moderna para pegar um barco, ou ali são deixadas como ponto final da viagem de quem vem do interior.

O caso, ou caos, com perdão do trocadilho, se torna pior quando acontecem eventos como o Festival Folclórico de Parintins e os brincantes se aglomeram pela orla – orla, pois é, na falta de um nome mais apropriado para instalações tão precárias – com risco de cair n’água e se afogar, pela ausência de muretas de segurança ao longa da área onde ocorrem embarques e desembarques.

Se dar maior utilização ao espaço da avenida Nathan Xavier pode parecer ação prosaica, mas que impacta a vida de muita gente, dar instalações mais seguras para quem necessita usar as balsas localizadas atrás do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, como diria o “caboco”, já são outros quinhentos.

A dificuldade maior parece ser de quem é a responsabilidade pelas eventuais melhorias a ser construídas na área, além de ter que realocar, pelo menos durante a eventual construção de terminais fluviais dignos das pessoas que os frequentam, pequenos comerciantes e prestadores de serviços que ali trabalham, e não são poucos.

Enquanto isto não acontece, a vida, assim como o rio Negro, segue seu ritmo e a apatia por exigir melhorias ganha corpo entre quem ali exerce atividades remuneradas e os eventuais passageiros dos barcos que singram as estradas de água da Amazônia.

Cultura para empreender, mas sem infraestrutura

16 terça-feira dez 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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abrir empresa, cultura, empreendedorismo, infraestrutura, internet, Manaus, negócios

Manaus, em que pese seu crescimento nos últimos anos, poderia estar bem melhor se as condições de infraestrutura fossem mais apropriadas e, ao invés de atrapalhar ideias-2o crescimento econômico do município, o incentivasse. Exemplo desse tipo de entrave à expansão da atividade econômica é a falta de conexão rodoviária de Manaus com as demais capitais do país, à exceção de Boa Vista/RR.
No último mês de novembro, a Endeavor, organização voltada para o apoio e incentivo a empreendedores de alto potencial de crescimento, divulgou estudo comparativo entre 14 capitais brasileiras visando estabelecer o que atrai o empreendedorismo e quais as condições para fixá-lo em determinadas cidades, como Florianópolis, em Santa Catarina/SC, que, conforme o ranking montado pelo estudo, é a primeira colocada por reunir boas condições como infraestrutura e qualidade de vida, acesso a capital para financiar projetos, mercado, entre outros.

Na avaliação sobre o tempo necessário para obter ligação de energia elétrica, a marca por aqui é de 5 dias

Se Florianópolis, com cerca de 420 mil habitantes, é a primeira colocada no ranking tendo marcado 7,53 pontos, Manaus conseguiu ficar em 10º lugar com 5,33 pontos, enquanto a última colocada, Salvador/BA, só marcou 4,53.
Na 10ª posição, a capital do Amazonas só fica à frente de Belém e de três capitais nordestinas (Recife, Fortaleza e Salvador) no ranking Índice de Cidades Empreendedoras (ICE 2014).
No entanto, não é por falta de vontade de empreender que Manaus está nessa posição. Conforme a pesquisa da Endeavor, quase 60% da população diz acreditar que os empreendedores são os principais responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil. E foi nesse quesito – cultura ao empreendedorismo – que Manaus ficou em primeiro lugar dentre os sete pilares avaliados. Os outros são: mercado, ambiente regulatório, infraestrutura, inovação, capital humano e acesso a capital, pilar no qual a cidade ficou em último lugar.
Porém, até nesse tipo de pesquisa Manaus mantém sua marca de ser um local de contrastes. Por exemplo, na avaliação sobre o tempo necessário para obter ligação de energia elétrica, a marca por aqui é de 5 dias, igual à de outras três capitais. Porém, o problema em Manaus é a baixa qualidade no fornecimento da energia.
Agora, quando o processo aferido é o tempo demandado para a abertura de um negócio, Manaus está longe de atingir a marca de Goiânia, ali em 32 dias, na média, um novo negócio consegue ser devidamente registrado. A notícia boa é que, se a comparação for feita com Porto Alegre, a última colocada nesse comparativo, e onde o empreendedor leva 245 dias para fazer os trâmites legais, até que Manaus está em posição razoável.
Dois outros pilares avaliados pela Endeavor devem ser vistos com preocupação: inovação e capital humano, onde a cidade ficou em 12ª posição. Ao se considerar que inovação depende de se ter pessoas capacitadas, dá para perceber que as duas atividades estão entrelaçadas e a solução passa por melhor formação da mão de obra, área na qual, já se sabe há tempos, o desempenho local deixa muito a desejar.

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 16/12/2014

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