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Arquivos da Tag: energia

Privatização (des)energizada e má qualidade de serviço

14 quarta-feira out 2020

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas Energia, energia, privatização, qualidade

Fornecimento de energia em Manaus não teve melhorias com a privatização

Para quem acredita que a privatização de empresas estatais vai melhorar a qualidade dos serviços e produtos, o dia 10 de dezembro de 2018 poderia ter sido um dia muito feliz para essas pessoas. Naquele dia, depois de muita lenga-lenga, de decisões judiciais que autorizavam ou desautorizavam a privatização de concessionárias de energia elétrica subsidiárias da Eletrobrás, foi levado a leilão a Amazonas Distribuidora de Energia
 A concessionária foi arrematada pelo consórcio Atem Distribuidora de Petróleo e a Oliveira Energia pelo valor de 50 mil reais, assim como assumiu o compromisso de absorver um passivo superior a dois bilhões de reais.
Além desse passivo, os novos titulares da distribuidora de energia tiveram que se comprometer a fazer investimentos iniciais de 491 milhões de reais. Até aí se poderia dizer que o negócio fazia sentido para os arrematantes, assim como para o governo, deste por reduzir despesas, àqueles pelo potencial que uma distribuidora de energia tem de ser um bom e lucrativo negócio.
 A Amazonas Energia, à época, já atendia cerca de 900 mil consumidores e agora deve estar próxima de atender, e mal, cerca de um milhão de consumidores no Estado do Amazonas. Os serviços, no entanto, desde quando eram prestados por uma empresa pública, também não tiveram nenhuma melhora do ponto de vista do consumidor, do usuário.
 Este fato é ilustrado, por exemplo, pelo alto número de reclamações que a companhia de energia do Amazonas tem registrado nos serviços de proteção ao consumidor. A última estatística divulgada pelo Procon-AM, a campeã era a companhia energética do Amazonas, com mais de 1.700 reclamações em 2020.
 Como a maioria dos usuários de energia não faz registro contra os serviços que são prestados sem a qualidade necessária para a população, dá para pensar que os números são muito maiores do que aqueles registrados pelo Procon-AM.
Sem ser um método científico, as redes sociais espelham a insatisfação do cliente compulsório de energia, quando o serviço é cortado em áreas da cidade sem nenhum aviso prévio. Nesse fórum, a Amazonas Energia é a campeã desde há muito. Isto acontece tanto na época do verão amazônico, quando o calor é mais intenso e as temperaturas chegam próximas e às vezes até ultrapassamos 40ºC, quanto no inverno, que agora estamos iniciando. Nas duas ocasiões o corte de energia e muito frequente. Isto é, durante todo o ano…
 Se a qualidade dos serviços não melhorou, por outro lado, o indicador básico para a arrematação da Amazonas Energia, relacionado a tarifa mais baixa, não faz sentido, de vez que o serviço é ruim e a companhia continua tentando obter mais reajuste em suas tarifas.
Os frequentes eventos de falta de energia atingem o parque industrial de Manaus e a empresa que não tiver geradores para atender sua demanda, vai ter que parar, como param outros tipos de negócios que não tomam precaução para manter sua atividade em caso de falta de energia.
 Cabe, por fim, questionar o órgão regulamentador, isto é, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sobre quais providências, se as tem tomado, e o que pode ser feito com o objetivo fazer a empresa prestar o serviço – com qualidade – para o qual é paga por seus usuários.

Mistificações energéticas no Amazonas

02 quarta-feira maio 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Eletrobras, energia, gás, Manaus, privatização

lampada

No que diz respeito a energia, o Amazonas, e Manaus em particular, já viveram tempos muito bons e outros de pura mistificação sem que a capital do Estado e a população do enorme interior amazônico seja atendida com serviço de qualidade quando se fala de energia, seja elétrica, a cargo da Eletrobras e subsidiárias, e mesmo a partir do gás, combustível que já foi, em meados da primeira década deste século, o canto da sereia do qual se aproveitaram não poucos políticos para fazer seu marketing de enganação. Manaus foi uma das capitais pioneiras no uso da eletricidade no país, incluindo os bondes elétricos.

Não vai longe, ali por 2004, durante o primeiro governo petista sob a batuta daquele do qual me recuso a dizer o nome, quando se apregoava que o gasoduto Coari-Manaus seria a solução para o sistema termoelétrico de geração de energia para Manaus, com a utilização de um combustível limpo, mais barato e que só dependia do gasoduto para chegar aqui.

Orçado inicialmente em R$ 2,4 bilhões, o gasoduto atingiu a cifra de R$ 4,5 bilhões para cobrir os pouco mais de 660 quilômetros que separam a base Urucu-Coari de Manaus. Em operação desde 2009, de acordo com a Petrobras, o gasoduto abastece, com 5,5 milhões de metros cúbicos diários de gás, as geradoras Manauara, Tambaqui, Jaraqui, Aparecida, Mauá, Cristiano Rocha e Ponta Negra, gerando 760 MW. Agora, consulte o usuário para aferir a satisfação com o serviço de distribuição, a cargo da Eletrobrás.

A chegada do gasoduto a Manaus, mesmo com despesas quase dobradas necessárias para pô-lo em funcionamento e permitir a utilização do gás pelas geradoras na capital, do ponto de vista do consumidor pouca coisa mudou, seja pela falta de qualidade do serviço ou pelas tarifas praticadas, que têm subido sem nenhuma contrapartida de melhoria.

Mas aí veio outra promessa: ligar Manaus ao Sistema Interligado Nacional (SIN), a partir de Tucuruí/PA, e resolver, de uma vez, os problemas no fornecimento de energia para a capital. O Linhão de Tucuruí, como ficou conhecida essa conexão, tem cerca de 1.800 quilômetros de extensão, interligado por 3.600 torres, algumas das quais são tão altas quanto a Torre Eiffel, em Paris, como aquelas necessárias para levar os cabos de uma margem a outra do rio Amazonas. O linhão também incluiu a construção de sete subestações, do zero, embora o sistema opere com oito subestações. O custo da proeza, iniciada em 2010, foi de módicos R$ 3 bilhões

Quase oito bilhões de reais em infraestrutura para trazer energia de qualidade a Manaus e a população quase não nota nenhuma diferença entre o antes e o depois, dada a frequência dos apagões a complicar e até inviabilizar a vida dos manauaras. Lembremo-nos dos hospitais.

A situação recorda um pouco as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros, quando a telefonia era estatal e para adquirir uma linha telefônica, o cidadão tinha que virar investidor e fazer uma compra casada de linha e de ações da tal Telebrás, já o serviço era muito ruim, e caro.

No entanto, há quem queira e lute para manter a Eletrobrás sob o guarda-chuva do dinheiro do contribuinte, do usuário, que não tem um serviço adequado e ainda vai ter que cobrir rombos, distribuídos democraticamente entre todos os brasileiros, como aqueles R$ 130 bilhões, investidos no sistema Eletrobrás desde o início dos governos petistas, em 2003. O problema todo é que a estatal, por fatores conhecidos, teve seu valor de mercado reduzido de 57 bilhões de reais para 27 bilhões de reais, com o faturamento encolhendo de 41 bilhões de reais para 32 bilhões de reais. Não vou nem falar dos resultados negativos que se acumulam desde 2012.

É muito dinheiro indo pelo ralo, só porque alguns querem manter a energia sob o comando do governo, mesmo que a incompetência leve a empresa para o buraco.

Privatizem a Eletrobras

05 terça-feira set 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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corrupção, Eletrobras Amazonas, energia, privatização

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Desde a colonização do Brasil pelos portugueses, este país sofre de um mal que lhe reduz a competitividade, drena recursos públicos para a corrupção e deixa, sempre, o cidadão, o contribuinte, de quem são tomados os recursos, sem a assistência mínima devida pelo Estado, justamente por ser a instituição que deveria olhar por toda a sociedade e assisti-la.

Esse mal, esse vício é o gigantismo estatal, é a interferência pura e simples na economia, enquanto aquelas atividades que deveriam ser atribuições do Estado com o objetivo de dar retorno, em forma de serviços à sociedade, não contam com a atenção necessária.

A Eletrobras Amazonas que, em 2016, faturou 836.8 milhões de dólares, tendo fechado o exercício com 1.723 funcionários, mas seu desempenho caiu 6,5% em relação ao exercício de 2015

Exemplo disso foi a criação da Petrobras, sob o slogan “O petróleo é nosso”, em meados do século 20. A estatal cresceu, internacionalizou-se e, em algumas atividades, se tornou referência mundial. No entanto, sua expansão não teve a segurança de implementar mecanismos que vetassem a intervenção dos governos e o resultado é o rombo investigado pela operação Lava Jato.

Outro exemplo é a Eletrobras Amazonas que, em 2016, faturou 836.8 milhões de dólares, tendo fechado o exercício com 1.723 funcionários, mas seu desempenho caiu 6,5% em relação ao exercício de 2015, informa o anuário Melhores e Maiores, publicado pela revista Exame.

Se o prejuízo da Eletrobras Amazonas foi grande – 1.45 bilhão de dólares – quase o dobro do valor de suas vendas em 2016, não deve ser deixado de lado o fato de que a empresa de energia é uma das empresas mais endividadas listadas pelo anuário, que registra dívidas equivalentes a 183,2% pela relação exigível sobre o ativo total.

Este fato, o desempenho que gera prejuízo à sociedade, não é do conhecimento da maioria da população, embora esta estatal também esteja na mira da Lava Jato.

Ao usuário dos serviços dessa companhia e de sua distribuidora de energia cabe, além do ônus de pagar tarifas altíssimas e ser obrigado a utilizar serviços sem qualidade, também contribuir, com tributos, para amenizar o prejuízo de sua má gestão, principalmente operacional, como bem o provam as falhas de fornecimento de energia que acontecem em Manaus com frequência e que, desde o fim de semana, se agravaram, principalmente na Zona Norte.

Vítima que sou, como tantos outros usuários, dos péssimos serviços, como a empresa demorar mais de seis meses para inspecionar e autorizar instalação bifásica, além de, vez por outra, ter equipamentos queimados, dada a irregularidade no fornecimento de energia. Desta vez, com pisca-pisca fora de época patrocinado pela Eletrobras Amazonas desde domingo, e que se prolongou por toda essa segunda-feira, 4, a perda foi pequena, apenas um roteador, mas o prejuízo de ficar sem poder trabalhar até trocar o equipamento foi é bem maior.

Por essas e por outras mais é que se deve privatizar a Eletrobras. Lembro que, quando a telefonia era estatal, havia filas de espera para comprar uma linha telefônica, a qual, aliás era vendida à prestação e em venda casada, pois o consumidor tinha que adquirir ações da estatal que administrava o segmento. Privatizada, além de acabar com um foco de empreguismo e corrupção, houve melhora nos serviços.

O petróleo, como se vê, não foi, não é e nunca será nosso – do povo – mas sim de quem se encastela no governo e por ali apronta suas maracutaias, o mesmo se pode afirmar da estatal de energia, então: Privatizem a Eletrobras!

“Acabou a luz”

28 terça-feira mar 2017

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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energia, fiscalização, Manaus, transporte público, violência

poste

Como diria o parintinense Chico da Silva, “É preciso muito amor…”, no caso, por Manaus, que, com seus mais de dois milhões habitantes, distribui, às vezes equitativamente, mazelas urbanas para todos. Mas nem sempre.

Se as reiteradas paralisações do serviço de transporte público urbano, como a da última segunda-feira, 27, ocasionou prejuízo para cerca de 20 mil trabalhadores que perderam a hora e chegaram atrasados em seus trabalhos em função do “protesto” de outros trabalhadores – os rodoviários – que optaram por atrasar o serviço em uma hora para reivindicar, dizem, direito trabalhista, outras situações prejudicam toda a cidade e até municípios da região metropolitana.

É preciso muito amor para morar em Manaus nessas condições. Isto, sem falar na violência que caminha ao lado do cidadão

O caso do transporte coletivo é situação velha, onde duas classes – empregados e patrões – aparentemente pouco estão ligando para o serviço que deveriam prestar à população, embora tanto o governo municipal quanto o estadual – este até há pouco tempo – transferem receita para as empresas concessionária sem exigir o mínimo necessário de retorno, seja em colocar os ônibus nas ruas diariamente ou melhorar as condições dos veículos, volta e meia parados nas ruas por uma prosaica pane mecânica. Desleixo, ausência de manutenção ou falta de fiscalização? Vai ver que os três fatores aí se aglutinam em desserviço à comunidade, enquanto o preço da tarifa vai às alturas.

É preciso muito amor para morar em Manaus nessas condições. Isto, sem falar na violência que caminha ao lado do cidadão, seja pelas vias, dentro dos ônibus ou até em sua própria casa, “asilo inviolável”, assegura a Constituição Federal, regra jamais conhecida por meliantes, ladrões e assassinos que a invadem, roubam, assaltam, estupram sem que pouco ou quase nada seja feito para garantir a segurança do cidadão que paga impostos.

No rol dos problemas que acometem o manauara de forma, digamos, mais democrática, tem um que vem desde quando a iluminação passou a ser elétrica. Anunciada a contratação do serviço em 1893 pelo governador Eduardo Ribeiro, o diretor de Obras Pública, Armênio Figueiredo, via que em breve acabaria o vexame da iluminação por meio do óleo de nafta.

Em 1895, o mesmo governador anunciava que a iluminação pública utilizaria arcos voltaicos e a particular usaria lâmpadas incandescentes. Ao que tudo indica, já ali havia problema com a energia elétrica em Manaus, uma vez que as incandescentes são sucessoras das lâmpadas com arco voltaico.

Mas até a chegada da energia elétrica por aqui é polêmica. Enquanto Mário Ypiranga Monteiro assegura que a cidade foi a primeira no país a ter luz voltaica, o escritor Mavignier de Castro registra que Manaus foi a segunda cidade do Brasil a ter energia elétrica.

No fim do século XIX – 1898 – a cidade não dispunha de energia elétrica em bairros como Cachoeira Grande, Cachoeirinha e Mocó. A região central fora privilegiada.

Hoje, depois dos bilhões de reais para custear um gasoduto que deveria mudar a matriz energética do Amazonas e aliviar a demanda pela energia gerada em Balbina, além de outros bilhões para conectar Manaus ao Sistema Interligado Nacional (SIN), Manaus e cidades da região metropolitana continuam a enfrentar a falta de energia, como aconteceu pelo menos três vezes na semana passada.

Prejuízos ao comércio, indústria, ao trabalhador, parecem não importar à autoridade (in)competente e muito menos aos agentes públicos incumbidos de fiscalizar o serviço. Enquanto isso, o personagem conhecido como contribuinte sofre, sofre e paga a fatura.

Faltam emprego e energia, mas sobram buracos

20 terça-feira dez 2016

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, blackout, buraco, calor, desemprego, Eletrobras, energia, verão amazônico

 

O verão amazônico está chegando, com dias mais ensolarados, céu azul e, para variar, um pouco mais de calor, porém, nada que um refrescante banho de igarapé, ou no rio Negro, não resolva. O problema é que nem sempre, ou pelo menos nos dias de semana, não dá para tomar um banho nessas águas que refrigeram o corpo, ou ver a paisagem que faz bem aos olhos, pois é necessário trabalhar.

A boa notícia é que, com menos chuvas, quem sabe o município intensifica o serviço de recapeamento asfáltico pela cidade

Se o calor aumenta, isso vai refletir no consumo de energia, com organizações, indústria e residências ampliando a demanda por esse insumo e é aí que a vaca vai para o brejo, como se dizia antigamente, mas como até os brejos secaram ou foram aterrados em Manaus, fica difícil achar para onde a vaca pode ir…

Já o consumidor e as empresas começam a sentir com maior frequência a falta de energia, como aconteceu no domingo, dia 26, quando a zona Norte ficou parcialmente sem energia e as pessoas tiveram que encarar o calorão manauense sem ventilador ou ar condicionado. Isso, mesmo após conexão do Amazonas ao sistema nacional. Vai ver que anda dando curto-circuito direto. No entanto, essas falhas no fornecimento de energia nada têm de atípico por aqui.

A novidade parece ser o fato de ter iniciado bem mais cedo neste ano. Se em junho, quando as chuvas começam a escassear ou ficar menos frequentes, a concessionária já não consegue equiparar a oferta com a demanda, é de se esperar, infelizmente, que lá pelo mês de agosto o fornecimento esteja bem pior, complicando a vida de empresas e pessoas.

A boa notícia é que, com menos chuvas, quem sabe o município intensifica o serviço de recapeamento asfáltico pela cidade, pois se no Centro, uma prioridade declarada do atual prefeito, as ruas estão bem conservadas e o visual mudou completamente ante o que se tinha há quatro anos, os bairros manauenses estão necessitados de urgente operação tapa-buracos e eliminação de mondrongos.

Mesma nas vias principais, como a avenida Arquiteto José Henrique Bento Rodrigues, no bairro Nova Cidade, zona Norte, a incidência de buracos e mondrongos coloca em risco quem por ali transita, à noite a coisa é bem pior. Essa via, porém, é apenas um exemplo dos vários que poderão ser levantados pela Prefeitura de Manaus aonde os riscos para o trânsito e para a vida das pessoas está presente.

Se a falta de energia faz parar quem está empregado e os mondrongos e buracos findam por reduzir a velocidade do trânsito e retardar a chegada das pessoas ao seu destino, pior está quem não tem trabalho e o desemprego continua a aumentar por aqui.

Conforme dados levantados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o desemprego continua a detonar postos de trabalho no Amazonas. Em maio foram 924 os postos exterminados, principalmente no segmento de serviços e na indústria. Esse número pode parecer baixo, mas nos primeiros cinco meses do ano já foram extintos 14.234 postos e, nos últimos 12 meses, o extermínio de postos de trabalho já atinge 39.577, informa o Caged.

Pois é, com todo esse contingente de emprego formal extinto no Amazonas, a falta de energia, o calor, os mondrongos e os buracos pelas ruas da cidade não vão facilitar a vida de quem está empregado. No mais, é chegar na hora e não reclamar do calor, afinal, o exército de reserva – desempregados – está grande.

Texto produzido em 27/06/2016

Publicação no Jornal do Commercio e Portal do Holanda em 07/07/2016

Muitas obras e pouco retorno

28 terça-feira out 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, energia, linhão de Tucuruí, Manaus, obra, retorno

Dois projetos de importância máxima para o Amazonas foram postergados pela administração federal do Partido dos Trabalhadores (PT) desde quando a atual a presidente assumiu o governo, em 2011.

O primeiro, promessa da campanha eleitoral de 2010, de prorrogar a Zona Franca de Manaus por mais 50 anos, só veio acontecer quase ao fim de mandato de Dilma Rousseff, quando se aproximava a eleição deste ano.

Formalmente entregue, o linhão chegou a Manaus, mas não pôde ser usado em sua plenitude porque a estrutura local necessária à conexão, a cargo da empresa estatal Eletrobras Amazonas Energia, ainda não está pronta

É possível que, se quisesse, essa prorrogação poderia ter saído há muito mais tempo, uma vez que aliados do partido da presidente estiveram, durante todo o seu mandato, no comando das duas casas do Congresso Nacional e legislando com a finalidade de tornar exequíveis os projetos eleitos como prioritários pelo governo federal. Obviamente que esse não foi o caso da prorrogação da Zona Franca de Manaus, apesar de ser líder do governo, no Senado Federal, um representante do Estado do Amazonas e atual candidato ao governo estadual, o senador Eduardo Braga.

Manaus, mesmo sendo a sede do maior polo eletroeletrônico da América do Sul, deve ter perdido muitas oportunidades de atrair investimentos durante esses quase 4 anos nos quais o projeto de prorrogação ficou engavetado no Congresso Nacional, principalmente na Câmara dos Deputados.

O outro projeto, tão essencial quanto o de prorrogar a ZFM, é a ligação de Manaus ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de geração e distribuição de energia elétrica, que se arrasta há mais de 3 anos sem que a qualidade da energia consumida em Manaus tenha melhorado, apesar de, desde meados de 2013, a cidade estar conectada ao SIN de forma precária.

O linhão de Tucuruí pode ser um exemplo de como a administração petista desperdiça os recursos do contribuinte em uma obra grandiosa, que é necessária e tem o potencial não só de oferecer energia, assim como tirar do isolamento milhares de pessoas com a oferta de internet banda larga, via fibra ótica, a ser instalada na mesma estrutura que transportará energia pelos 1.800 quilômetros de selva entre Tucuruí e Manaus, além do ramal para Macapá.

Se a infraestrutura para suportar os cabos de transmissão de energia bateu alguns recordes, como as duas torres, entre as 3.351 necessárias, de 320 metros de altura que foram erguidas para atravessar o rio Amazonas em um local onde seu curso tem 2,5 km de largura, é de se registrar também que o retorno do investimento também deveria acontecer em período curto.

Inicialmente estimada em R$ 2 bilhões, a obra, quando pronta, deveria tornar possível a economia desse mesmo valor, a cada ano, com a desativação das usinas termelétricas que queimam óleo.

Formalmente entregue, o linhão chegou a Manaus, mas não pôde ser usado em sua plenitude porque a estrutura local necessária à conexão, a cargo da empresa estatal Eletrobras Amazonas Energia, ainda não está pronta. Assim, além dos gastos de R$ 3,5 bilhões, o contribuinte brasileiro continua a bancar os recursos para subsidiar o funcionamento das termelétricas locais e de outros Estados da região Norte ao custo anual de R$ 2 bilhões.

O linhão de Tucuruí é uma obra que, por enquanto, está no mesmo nível do gasoduto Coari/Manaus, que deveria custar R$ 2,4 bilhões, saiu por R$ 4,6 bilhões sem que se veja o gás sendo usado nas indústrias, nos táxis e muito menos nas residências e estabelecimentos comerciais de Manaus.

Publicação no Jornal do Commercio ed. 14/10/2014

Como torrar R$ 5,5 bilhões e continuar na sombra

13 quarta-feira ago 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, apagão, blecaute, comunicação, Eletrobras Amazonas Energia, energia, falta de luz, Manaus, SIN, sistema interligado nacional, Tucuruí

Torre-energia

Em janeiro de 2013, a Eletrobras Amazonas Energia anunciava que, até 2014, investiria R$ 5,5 bilhões no sistema elétrico para reforçar e dar “maior estabilidade, robustez e confiabilidade à rede elétrica.”

Os valores seriam aplicados “em obras de transmissão e subtransmissão (R$ 1 bilhão), na construção da nova Usina Termelétrica Mauá 3 (R$ 1,1 bilhão) e na construção do ‘linhão’ de Tucuruí (Tucuruí/Macapá/Manaus) de 500 kV que, quando concluído terá um custo de cerca de R$ 3,4 bilhão”.

Em uma coisa, no entanto, a Eletrobras se mantém com uma firmeza inegável: não quer melhorar a distribuição de energia em Manaus

Desde julho de 2013 Manaus está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e as condições e qualidade da distribuição de energia na cidade permanecem praticamente as mesmas, com apagões constantes, qualidade da energia abaixo do desejável, além da ausência de comunicação ativa com a sociedade.

Se a concessionária estatal, qualificação que é quase uma redundância e por si só já dá uma ideia da qualidade dos serviços a serem entregues à população, faz alarde quando descobre que alguém está roubando energia e vai aos veículos de comunicação social expor a falcatrua, na outra ponta sua comunicação é falha.

Neste fim de semana, quem mora na zona Norte, e especificamente, no bairro Cidade Nova, sofreu com a péssima qualidade da energia fornecida pela estatal que, após gastar toda essa fortuna e mais alguma coisa, não consegue prever a demanda e planejar produção/distribuição do insumo que deveria entregar à sociedade, assim como, pontualmente, cobra suas faturas, independentemente de ter entregue o insumo ou não.

A má qualidade dos serviços da Eletrobras Amazonas Energia, no entanto, não se limita à sua atividade-fim que é, junto com suas associadas, produzir e distribuir energia no Estado do Amazonas.

Não foram poucos os usuários que tiveram, desde setembro de 2013, alteradas as datas de vencimento de suas faturas de energia pela concessionária sem que, pelo menos, fossem consultados a respeito.

O fato pode até parecer de menor importância, porém, implica em duas situações. A primeira é que a mudança por decisão unilateral da companhia não considera a renda nem o fluxo de caixa de seus clientes, os quais, após a mudança, têm que honrar o compromisso sob pena de ficar sem energia elétrica em sua casa ou empresa.

A segunda implicação deixa aberto o caminho para se inferir que do lado da companhia a situação de caixa não está nada boa, uma vez que ela faz mudanças no vencimento das faturas para reduzir o prazo de pagamento, na mesma proporção a companhia alavanca seu fluxo de caixa onerando a vida financeira dos usuários de seus serviços. Usuário compulsórios, diga-se, já que o setor, por aqui, não comporta concorrência e apenas um fornecedor opera no Amazonas.

A estatal já deu tantas desculpas esfarrapadas para justificar corte no fornecimento de energia em Manaus, já foi chamada e questionada tantas vezes na Assembleia Legislativa do Estado, em conjunto com o Procon, que até se perdeu a conta e não resolveu o problema.

Em uma coisa, no entanto, ela se mantém com uma firmeza inegável: não quer melhorar a distribuição de energia em Manaus, pois seus próprios dirigentes já garantiram que o problema não é de produção, mas de distribuição. Vai ver que é por causa da mansão flagrada roubando energia que o caos energético se instalou lá pela zona Norte e em outros bairros neste fim de semana.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 29/07/2014

Energia de Tucuruí e apagões de Manaus

25 sexta-feira jul 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, apagão, conexão, energia, Manaus, SIN, Tucuruí

Desde o dia 9 de julho de 2013, Manaus está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia elétrica, por intermédio do linhão de Tucuruí que custou ao contribuinteum valor estimado em R$ 3,5 bilhões e levou cinco anos para ser efetivado, com pelo menos três de atraso.

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Entre as justificativas que foram utilizadas para a construção do linhão para ligar a energia gerada na hidrelétrica de Tucuruí, no Estado do Pará, e a capital do Amazonas está a de que a inclusão do sistema até então isolado de Manaus possibilitaria a economia de R$ 2 bilhões, anuais, que o contribuinte brasileiro paga para subsidiar o diesel e o óleo combustível utilizado para fazer funcionar as usinas movidas com esses combustíveis em Manaus.

A interconexão com o SIN, no entanto, demandou que a Eletrobras Amazonas Energia construísse seis subestações na cidade e que já deveriam estar em pleno funcionamento. As subestações novas de Mauá, Mauá 3, Jorge Teixeira, Mutirão, Cachoeira Grande e Lechuga devem reforçar a distribuição da energia proveniente de Tucuruí com sua efetiva oferta aos municípios de Iranduba, Manacapuru, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, integrantes da Região Metropolitana de Manaus (RMM).

O linhão de Tucuruí é obra de dimensões amazônicas e para levá-la a termo foi necessária a construção de linha de transmissão de 500 quilovolts (kV) desde a subestação de Tucuruí ao longo de 1.438 quilômetros em plena floresta amazônica. O linhão Tucuruí-Macapá-Manaus é composto por três trechos: Tucuruí-Xingu-Jurupari, Jurupari-Oriximiná-Macapá. Estes dois trechos pertencentes à espanhola Isolux, e Oriximiná-Silves-Lechuga, que pertence ao consórcio Manaus Transmissora de Energia, formado por Eletronorte, Abengoa, Chesf e FIPBE.

Além disso, a Eletrobras Amazonas Energia ainda teve que investir mais R$ 572 milhões em obras, instalações e equipamentos necessários à adequação do sistema isolado para conexão ao SIN.

Os investimentos e os esforços de construção do linhão devem suprir uma demanda de cerca de um mil megawatts, até então fornecida por 250 mW da usina hidrelétrica de Balbina e outros 778 mW oferecidos pelas sete usinas a gás natural, além de geradoras que queimam diesel e óleo combustível em Manaus.

Considerando os sistemas isolados do Norte do país, Manaus respondia por 60% dessa demanda energética. Assim, para incluir a cidade e outros quatro municípios da RMM, foram instaladas cerca de 3.300 torres de aço, desde Tucuruí, no Estado do Pará, bifurcando em Oriximiná/PA, para incluir Macapá, e de Oriximiná para Manaus.

Uma curiosidade e esforço da engenharia são as duas torres instaladas para atravessar os 2,5 quilômetros de largura do rio Amazonas, na altura de Jurupari, próximo a Almerim/PA. Ali, foram instaladas duas torres de 300 metros de altura, que equivale à altura de um prédio de 100 andares, e apenas 24 metros a menos do que torre Eiffel, em Paris.

Apesar de todo esse esforço e oito meses após a interligação entre a energia gerada em Tucuruí e Manaus, a qualidade da energia local ainda tem muito a melhorar, pois os apagões localizados na cidade acontecem diariamente, além de que os demais brasileiros continuam a pagar a conta de subsídio às termelétricas locais.

 

Publicação no Jornal do Commercio, ed. de 25/03/2014

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