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Dilma, o retorno em missão espinhosa

28 terça-feira out 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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2014, Amazonas, Bovespa, Brasil, dólar, Dilma Rousseff, economia, eleições, governabilidade, governador, José Melo, PT, reforma política

A reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) neste domingo, 26, pode ser considerada como um marco nas eleições brasileiras após a redemocratização nos anos 1980, inclusive pela vitória apertadíssima obtida nas urnas. Pela votação da petista, em confronto com a do tucano Aécio Neves, fica claro que metade dos brasileiros não quer mais o PT no comando do país.

As dificuldades da presidente Dilma, no entanto, não se resumem ao front político, onde ela também prometeu uma reforma urgente, mas também ao front econômico, e neste, como se disse no início, os efeitos já surgiram no dia seguinte à sua reeleição.

Dos 105,54 milhões de votos válidos computados pela Justiça Eleitoral no pleito do dia 26, a presidente Dilma Rousseff abocanhou 54,50 milhões, enquanto Aécio Neves obteve 51,04 milhões de votos. Em termos relativos são 51,64% para a presidente reeleita e 48,36% para o candidato tucano que sai fortalecido para sua atuação como senador da República e líder da metade dos brasileiros.

São esses números que dão suporte à afirmação inicial sobre o ineditismo da eleição de 2014, que também enveredou por caminhos sujos e pegajosos não somente em nível presidencial, mas também aqui pelo Amazonas, onde não foi raridade a preparação arapucas para enlaçar eleitores que não se acautelassem ao escolher o candidato para o governo estadual.

Se do lado da presidente Dilma Rousseff a reeleição tem efeitos imediatos, como por exemplo a queda de uma bolsa que os mais pobres pouco sabem sobre o que é e como opera, a Bolsa de Valores de São Paulo (BMFBovespa) que abriu a segunda-feira operando em baixa e, ao meio-dia já desabara mais de 6%.

Se a reeleição de Dilma garantiu, como tanto ela quanto Aécio Neves prometeram, a manutenção e melhorias no programa Bolsa Família, pode-se afirmar, em contrapartida, que no caso mercado de moedas, o câmbio do dólar também sofreu influência do resultado da eleição com a moeda norte-americana sendo cotada, nesta segunda-feira, quase 4% mais cara do que o fechamento da última sexta-feira.

A par do mal desempenho do partido da presidente reeleita, o PT, nas eleições deste ano, quando o Partido dos Trabalhadores encolheu 20,45% ao perder 18 deputados que não mais terão assento na Câmara Federal em 2015, resta à presidente fazer, de verdade, o que já anunciou que está disposta a fazer: estender a mão para a conciliação no Congresso Nacional e com o país.

Nessa rota, não serão poucas as pedras que seu marqueteiro-mor colocou no meio do caminho com a operação do marketing de guerrilha política que tirou partidos da influência do governo durante a campanha do vale tudo para manter Dilma Rousseff no comando do país. Se o resultado foi atingido, o preço a pagar vai ser bem mais alto para conseguir a governabilidade.

As dificuldades da presidente Dilma, no entanto, não se resumem ao front político, onde ela também prometeu uma reforma urgente, mas também ao front econômico, e neste, como se disse no início, os efeitos já surgiram no dia seguinte à sua reeleição.

Nos próximos quatro anos as medidas que impactam inflação, cuja meta pelo teto de 6,5% não tem como ser cumprida neste exercício, terão que ser efetivadas, mexendo em preços administrados como o dos combustíveis, entre outros. Essas medidas, como se sabe, não serão nada populares e devem corroer parte do capital político da presidente. Além disso, há não se pode esquecer da infraestrutura do país que necessita de atenção urgente.

Enquanto isso, no Amazonas, o governador José Melo (Pros) tem mais quatro anos para se consolidar como administrador público eleito pelo voto direto de 869.992 amazonenses que acreditaram em suas propostas.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 28/10/2014

Águas do Negro

27 domingo jul 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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2014, Adolpho Lisboa, alagar, Barão de São Domingos, comércio tradicional, enchente, Manaus Moderna, mercadão, porto, prejuízo, roadway, rua dos Barés

Quem frequenta a área da Feira da Banana, no entorno da Manaus Moderna, desde a semana passada está convivendo com uma área alagada na rua dos Barés, próximo ao cruzamento com a rua Izabel.

Por ali carros leves passam, como diria o caboclo, fazendo banzeiro, e quem estiver a pé vai encontrar dificuldade para transitar no local devido à falta de passarelas, pois, como se sabe, nos meses de maio/junho, quando a enchente do Negro toma maior volume, é comum que se ande em passarelas nas áreas mais próximas do rio.

Enchente2014

Com as águas no nível de 29,03 m, atingido no último dia 23 de maio, sexta-feira, o rio Negro estava, naquele dia, no mesmo nível do ano de 2013, porém bem abaixo da cota atingida em 2012, quando era de 29,91 m. A se registrar que, entre um ano e outro, as águas do Negro estão subindo, em média, 3 a 4 cm por dia.

Se a comparação se referir a 2012, ano de enchente recorde, as águas do rio Negro subiam, em média, um centímetro por dia nessa época. Pode-se afirmar, dentro dessa perspectiva histórica, que a cheia do Negro, em 2014, não deve atingir níveis muito superiores aos de 2013, embora esta enchente já possa se inscrever entre as maiores já ocorridas. Mesmo com essa perspectiva otimista, nesse campo uma previsão está sujeita a outros fatores que não apenas a simples leitura do quantitativo diário da enchente.

Por ali carros leves passam, como diria o caboclo, fazendo banzeiro, e quem estiver a pé vai encontrar dificuldade para transitar no local devido à falta de passarela

Assim, as contas apresentadas pela prefeitura indicam que, em Manaus, pelo menos a população de 12 bairros já sofre com a invasão das águas do Negro e a região do centro histórico é um desses sítios alagados. Por ali, além da rua dos Barés, as águas já chegaram à rua Barão de São Domingos, ao lado do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, enquanto as escadarias de acesso aos barcos, no porto da Manaus Moderna, estão submersas e o acesso acontece por meio de plataformas.

A estimativa das autoridades é de que cerca de 37 mil famílias já foram atingidas pelas águas da enchente. Por outro lado, a se manter o nível diário da enchente, o rio Negro deve fechar maio com uma cota de 29,31 m. Se concretizada essa expectativa, estará bem próximo do nível da enchente de 2013 quando, em 16 de junho, o rio Negro estava na cota de 29,33 m.

O CPRM prevê que o rio Negro atinja, no máximo, o nível de 29,49 m. Assim, áreas que alagam nas maiores enchentes como a avenida Eduardo Ribeiro, e atingem prédios como da Alfândega, da Receita Federal e instalações do Porto de Manaus, o Roadway, estariam fora dessa expectativa de serem invadidos pelas águas. Ali, a preocupação com enchente maior só acontece a partir da cota de 29,50 m.

De qualquer jeito, já tem comerciante dizendo que as águas começam a atrapalhar seus negócios, como é o caso de quem trabalha na área alagada da rua dos Barés.

Por fim, é de se esperar que o ritmo das chuvas sobre os rios tributários do Negro já tenha diminuído, reduzindo a possibilidade de que  a enchente cause mais prejuízo à população de Manaus, além daquela parte que já está enfrentando as águas.

Publicação no Jornal do Commercio, ed. 27/05/2014

Inflação e crescimento do PIB em 2014

16 quinta-feira jan 2014

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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2014, Amazonas, Brasil, conjuntura, Datafolha, economia, inflação, IPCA, Manaus, pesquisa, preço, zona franca

Eustáquio Libório

As expectativas para a economia brasileira para este ano se mantêm na linha do pessimismo com tendência de até piorar em virtude das eleições presidenciais, o que não deixa de ser um foco de preocupação para quem está no poder. Dois fatores principais despontam nessa conjuntura: a inflação que cresce e ataca justamente um segmento onde os brasileiros podem retirar o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, uma vez que no setor de alimentos a corrosão inflacionária está próxima de 8%.

Com crescimento médio do produto interno bruto (PIB) em 2% entre 2011 e 2013, nada indica que neste ano o Brasil possa extrapolar esse patamar, mesmo com alguma ajuda da Copa do Mundo, que deve trazer pelo menos 100 mil turistas a mais ao país, e o boom esperado pela indústria no setor de eletroeletrônicos, também em função dos jogos da Fifa no país, a partir de 12 de junho.

Além disso, pesquisa divulgada pelo Datafolha dá conta de que em novembro de 2013 as expectativas da população em relação à inflação e ao desemprego são as piores desde 2009.

No mês de novembro daquele ano, 43% dos brasileiros acreditavam que o desemprego iria crescer no ano seguinte, em 2010 essa expectativa baixou para 28% e no ano seguinte foi de 32%, chegando, em agosto de 2013, a 39%, para atingir, em novembro de 2013, parcela de 43% dos que pensam que vão ficar desempregados em 2014.

Os números captados pelo Datafolha quanto à inflação apresentam curva similar em relação ao ano seguinte. Em novembro de 2009, 36% dos brasileiros acreditavam que a inflação seria maior no ano seguinte, em 2010 a taxa caiu para 33% e no ano seguinte subiu para 51%, enquanto em agosto de 2013, 53% pensavam que a inflação vai ser maior em 2014, passando, em novembro, para 59% o contingente de brasileiros que veem mais inflação neste exercício.

Se a conjuntura econômica brasileira vai por esse caminho, no Amazonas as lideranças industriais, setor que puxa a economia local, têm visão um pouco melhor com estimativa de crescimento do PIB entre 3% a 5%, embora essa perspectiva esteja relacionada à chegada de grandes indústrias com projetos já aprovados na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e no Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam), como é o caso da Digibras/Lenovo, com forte atuação no campo da informática, e da japonesa Daikin, que tem a ambiciosa meta de ser a líder no segmento de condicionadores de ar em cinco anos.

Mesmo sem a intenção de ser advogado do diabo, é salutar o registro de que uma das maiores esperanças de crescimento econômico no longo prazo, no entanto, não conseguiu decolar até agora. Na terceira tentativa de criação de um polo da indústria naval em Manaus, como vem acontecendo desde 1994, as notícias nesse setor não são animadoras, apesar do interesse que indústrias de outros países já demonstraram em instalar plantas no Amazonas.

Os impedimentos estão nas exigências ambientais e na deficitária infraestrutura logística que sempre foi o calcanhar de Aquiles para o crescimento do Amazonas.

Para finalizar, não se pode deixar de lado as outras duas limitações que estão colocando a Zona Franca de Manaus contra a parede: o prorrogação do modelo, prometido desde 2011 pela presidente Dilma Rousseff, e a nova alíquota do ICMS interestadual, que vai dar trabalho no Congresso Nacional neste ano.

(*) É jornalista

E-mail: liborio.eus@uol.com.br
Publicado no Jornal do Commercio , ed. de 07/01/2014

Copa, eleições e economia em 2014

16 quinta-feira jan 2014

Posted by Eustáquio Libório in Textos & Economia

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2014, combustível, copa do mundo, crise, dívida, Dilma, economia, eleição, FGV, legado, pesquisa, PIB, popularidade, receita, Rousseff

Eustáquio Libório

Ano de Copa do Mundo, 2014 também é ano eleitoral, mas os dois eventos não estão animando os pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) que preveem tempos mais difíceis para o Brasil no próximo ano, independente das eleições e do que se convencionou chamar de ‘legado da Copa’, que, até agora, parece ser o comprometimento de boa parcela das receitas públicas na construção de estádios.

Estudo divulgado na segunda quinzena de novembro pela FGV traz notícias bem ruins para o governo e para a economia brasileira, e isso, sem dúvida, vai respingar na popularidade da presidente Dilma Rousseff que, neste meado de novembro, o Ibope afirma ter 43% de popularidade no país.

O problema todo, no entanto, é que a popularidade presidencial deve cair em ritmo mais acentuado do que o crescimento da inflação previsto pela pesquisa da FGV. Pelo estudo, o IPCA vai atingir 6,1% no fim de 2014, enquanto a previsão do governo para esse indicador para o mesmo período é de 5,7%.

A expansão na criação de riqueza no país, medida pelo produto interno bruto (PIB) é outra má notícia para os brasileiros, pois, conforme a FGV, deve ficar em 1,8%, bem abaixo dos 2,5% previstos para este ano.

No entanto, as más notícias para os brasileiros não param por aí e os votos de feliz ano novo para 2014 vão ser atropelados também pelo câmbio e, pior, pelos preços administrados que devem sofrer o impacto de alguma liberação no preço da gasolina, há bastante tempo represado pela política do governo de evitar aumento nesse insumo.

O reajuste no preço do combustível é a senha para outra série de aumentos de preços que vão concorrer para que a inflação ultrapasse o limite superior da faixa da meta além de, como prevê o estudo da FGV, também extrapolar os 6%.

No rastro do reajuste do combustível, o preço dos alimentos também vai tornar o ano novo bem menos feliz, principalmente para as classes com renda menor, onde o consumo de alimentos é responsável por parcela maior dos dispêndios familiares.

A complicar ainda mais o panorama entrevisto pelo estudo da FGV resta o quadro pintado em relação à baixa do consumo, decorrência do aumento da taxa de juros. Em outros palavras, quem vai continuar se dando bem mesmo em um 2014 de baixo desempenho da economia brasileira são os bancos.

Assim, não será surpresa, como prevê a FVG, que o déficit nominal seja expandido, apesar das previsões de que a desoneração tributária deve ser menor no exercício de 2014.

O ano eleitoral, assim, não vai ter céu de brigadeiro para a presidente Dilma Rousseff conseguir sua reeleição, apesar das notas que o Ibope, neste fim de ano, está lhe assegurando e que, em um contexto geral, têm melhorado desde os protestos acontecidos no meio deste ano.

Eustáquio Libório é jornalista

E-mail: liborio.eus@uol.com.br

Publicado na revista PIM nº 44, ed. novembro/2013

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