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Arquivos Mensais: abril 2018

Peteleco era poderoso e não sabia

24 terça-feira abr 2018

Posted by Eustáquio Libório in Crônica

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Amazonas, criança, Manaus, Oscarino, Peteleco, ventríloquo

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Quem foi criança antes que as emissoras de televisão chegassem ao Amazonas tinha diversão e entretenimento bem diferente do que hoje se tem e, mesmo depois da TV aportar em Manaus, por muito tempo ainda perduraram formas de entretenimento que deixavam de lado o lazer eletrônico para favorecer o lado mais social ao vivo, digamos assim, tanto para as crianças quanto para os jovens e adultos.

Não se tinha, até os anos 2000, acredito, a preocupação de que um dia um telefone, evidente que não me refiro àquele telefone que só servia para falar e ouvir, poderia criar dependência e, ao invés de ser um meio de comunicação pura e simplesmente, pudesse, como hoje, agregar rede social, TV, rádio – alguém ainda ouve? – jogos, bancos, livros, música, filmes e muito mais, até se tornar um dispositivo que vicia seu usuário, fato já reconhecido pelos estudiosos da área.

Mas voltemos lá para o tempo no qual os Beatles chegaram às paradas e, para conseguir um long play (LP), como se dizia na época, só importando a um custo muito alto, daí o sucesso das versões daquelas músicas do quarteto inglês na voz de Renato e seus Blue Caps e outros. Mas o tempo, nos anos 1960, era de bossa nova, de shows em circos que faziam a alegria da petizada – alguém ainda usa essa expressão? – com malabaristas, equilibristas, animais africanos ou nem tanto e até bonecos, sejam marionetes ou aqueles acompanhados de seu ventríloquo.

Pois é, ventríloquo tem origem no latim venter loqui, ou barriga falante, prática que vem desde a antiguidade quando era usada pelos oráculos com a finalidade de demonstrar aos crentes que o oráculo falava com os deuses. Na Idade Média, o mesmo recurso servia aos bruxos e bruxas para “manter contato” com os espíritos e impressionar seu público.

Se hoje essa técnica só é usada no entretenimento, em outros tempos foi fonte de muito poder e é aí que entra na história o “poderoso” Peteleco e seu tutor/pai/ventríloquo Oscarino Farias Varjão, que partiu na semana passada deixando saudades a seus admiradores, que vão desde jovens na casa dos cinquenta/sessenta anos de idade e outros bem mais moços.

No tempo em que a informação fidedigna chegava de forma mais rápida pelo telégrafo e era disseminada pelas emissoras de rádio e jornais impressos, ali pelo final da década de 60, Manaus tinha pelo menos dez cinemas e a moçada se divertia, aos domingos, nas sessões duplas apresentadas a partir do meio-dia, principalmente nos bairros como Educandos – cine Vitória -, Cachoeirinha, com o Ypiranga, e os do centro: Guarany, Polytheama, Odeon e Avenida, assim como o Palace, lá no boulevard.

Dias de semana eram reservados para escola e trabalho e as noites para mais estudo e namorar, que ninguém é de ferro, já os santos da Igreja Católica possivelmente tinham mais devotos do que hoje por um motivo bem prosaico: as festas do dia de cada santo eram precedidas por arraiais, com quermesse, comidas e bebidas e, de vez em quando, por um show, ao vivo, com Peteleco, o boneco negro de Oscarino era atração que garantia público em qualquer festa.

Em certo momento, ainda nos anos 1960, quando surgiu no mercado o guaraná Baré, o locutor Clodoaldo Guerra, da rádio Baré, talvez uma das mais ouvidas então, fez fama ao apresentar um show itinerante, a bordo de um caminhão que premiava os “cantores” e algumas vezes teve no Peteleco uma das atrações com a famosa resposta dada a perguntas impertinentes: “Tu é leso, é?” E assim era o mundo sem os eletrônicos de hoje.

Livros para Lula

Como o assunto é leve e feitas as despedidas de Oscarino, aguardando que Peteleco continue a se apresentar em Manaus, quero avisar que estou pensando em fazer uma doação ao comandante petista que, lá atrás afirmou ter chegado à Presidência da República sem precisar estudar e agora, como presidiário, diz que livro, para ele, só serve para usar em exercício físico de levantamento de pesos, pois bem, tenho uma Barsa com uns 25 volumes disponível para ele se exercitar, mas não pago o frete.

Guerrilha digital e pesquisa eleitoral

17 terça-feira abr 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, Brasil, eleições, presidente, rede social

midias_sociais350x219   Há quem diga que vivemos, hoje, tempos perigosos e não somente pela violência que se espalha matando, ferindo e assaltando o cidadão pelo país afora. Os tempos perigosos têm sua ramificação mais contundente nas redes sociais onde, na ausência de argumentos para um debate saudável e democrático que consolide conhecimento e apresente soluções para os problemas do país, o que se vê por ali é puro ódio, ofensas às pessoas que, às vezes, nem se conhecem pessoalmente. O pior, no entanto, parece estar por vir.

Em ano eleitoral, esse comportamento contra o adversário, que por aqui virou o “inimigo” desde a propalada “ideologia” petista do “nós contra eles” deve se acirrar ainda mais. Não é por outro motivo que pessoas, cujo pensamento político diverge dessa esquerda que se apropriou do Estado brasileiro e quase o demoliu a pretexto de assistir aos mais necessitados, começam – nas redes sociais – a acirrar o próprio comportamento com frases que não deixam dúvidas sobre como será o clima de campanha e mesmo eleição, pregando dar o troco para guerrilha digital da esquerda nos mesmos moldes pelos quais ela – a esquerda – até agora foi protagonista nesse terreno.

No Brasil que já teve cinco presidentes – ou ex-presidentes – presos, o sexto, encarcerado no último dia 7 de abril, continua a despontar em pesquisas eleitorais como o favorito a ser eleito, novamente, presidente do Brasil nas eleições de 2018. O problema aí é saber se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai aceitar essa candidatura. Argumentos em contrário não faltam como o fato de o petista-mor ser ficha suja, além da condenação em duas instâncias, sem falar na outra meia dúzia de processos em andamento contra ele.

A boa notícia pode ser o fato detectado pela pesquisa do Datafolha e divulgada no último domingo, de que o candidato da extrema direita está marcando passo na pré-campanha que os pré-candidatos já empreendem por todo o país, sem nenhuma fiscalização ou limitação por parte das autoridades eleitorais, quer dizer, o calendário eleitoral parece ter virado letra morta neste ano.

Mesmo assim, não faltam surpresas, seja na pesquisa que trata das eleições presidenciais, seja na que se refere aos pré-candidatos pelo governo do Estado do Amazonas. No caso da eleição presidencial a surpresa pode ser a colocação alcançada pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que tem uma história de vida bem parecida com a do comandante petista, com uma grande diferença: enquanto aquele declarou ter chegado ao cargo de presidente da República sem ter estudado, Barbosa, filho de pedreiro com uma dona de casa, ajudou a criar os sete irmãos estudando e trabalhando e se tornou ministro da corte suprema depois de muito esforço.

Na pesquisa do Datafolha, está atrás de Lula (PT 31%), Bolsonaro (PSL 15%), Marina Silva (Rede 10%) e, em quarto lugar, Joaquim Barbosa (PSB) com 8%, bem melhor situado que algumas raposas da política, inclusive com cargos como Geraldo Alckmin (PSDB 6%), Ciro Gomes (PDT 5%) e Álvaro Dias (Podemos 3%).

No Amazonas a surpresa ficou por conta dos dados divulgados na segunda-feira, 16, pelo Instituto 365 onde quem puxa o favoritismo ao governo estadual nas eleições deste ano é o jornalista Wilson Lima que detém 19,4% da preferência do eleitorado a quatro meses e meio das eleições e à frente do Negão, atual governador do Amazonas, que tem a preferência de 17,8%. David Almeida, presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, tem 14,6%, empatando com Rebecca Garcia, a qual mesmo sem nenhum cargo político e pouca exposição na mídia pode ser considerada como outra surpresa neste momento com 14,3%, acima do senador Omar Aziz (9,7%) e de Francisco Praciano (4,3%).

Mas, como diz o ditado, nesses mais de quatro meses até as eleições ainda vai passar muita água sob a ponte e essa primeira pesquisa registrada é, digamos, um estudo preliminar do terreno eleitoral deste ano.

País da violência

10 terça-feira abr 2018

Posted by Eustáquio Libório in Artigo

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Amazonas, corrupção, política, violência

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O Brasil, que já foi conhecido por ter um povo cordial, está a cada dia mais tomado pela violência que envolve não só aquela praticada pelos bandidos armados com fuzis e metralhadoras, seja no Rio de Janeiro ou em Manaus, mas também aquela do trânsito assassino que mata ou mutila milhares todos os anos. Essas duas são as que se mostram no dia a dia do país, outra, talvez com maiores danos à população é a violência do desvio dos recursos públicos para fins privados, com a interveniência de agentes públicos e que deixa sem recursos a saúde, a segurança, a educação, entre outros segmentos que deveriam ser a prioridade dos governos nos três níveis.

Diz o relatório 2017 do Atlas da Violência, com base em estatísticas de 2015, que foram assassinadas 59.080 pessoas no Brasil, naquele ano

A crônica policial está cada vez mais bizarra em Manaus, ao relatar ocorrências que se tornam frequentes, embora não se possa dizer que são banais. Assassinatos como o ocorrido no fim de semana, em Santa Luzia, Zona Sul, quando atiradores executaram dois homens que jogavam dominó, um dos quais, veio se saber depois, era o alvo e morreu no pronto-socorro, já o que morreu no local, ao que tudo indica, nada tinha a ver com o caso. Estava no local e no momento errados.

Outro caso ocorrido no fim de semana foi a invasão de um apartamento, depois metralhado por desconhecidos durante a madrugada no bairro Novo Aleixo, Zona Norte. Ali o alvo morreu na hora, mas a mulher e a filha, com cerca de um ano de idade, foram encaminhadas aos hospitais em estado grave. Se os alvos têm envolvimento com o tráfico de drogas, no fim das contas quem está próximo corre o mesmo risco e é aí que a população se torna vítima inocente de balas assassinas.

Diz o relatório 2017 do Atlas da Violência, com base em estatísticas de 2015, que foram assassinadas 59.080 pessoas naquele ano. É uma guerra sem quartel onde o cidadão se torna refém ao preferir ficar trancado em sua casa a sair à rua com todos os riscos que isso implica, seja ser vítima da violência dos bandidos, do trânsito ou de uma mais nova, com viés político, como o vereador que agrediu um homem durante manifestação contra a prisão do ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo/SP.

O viés político desse tipo de violência também atingiu pelo menos sete jornalistas, agredidos durante esses eventos contrários ao cumprimento de uma medida judicial e chegou até Curitiba, onde uma jornalista amazonense que ali mora foi agredida quando trabalhava na cobertura da prisão do ex-presidente.

Se a violência explícita está nas ruas, a dissimulada, aquela surripia recursos públicos para atender os favoritos do poder, seja favorecendo organizações empresariais, agentes públicos ou magistrados, como ocorreu por aqui e foi objeto de matéria jornalística em um programa da Rede Globo no último domingo, é tão ou mais danosa que a violência explícita. A esta falta pôr em prática uma metodologia que possa parametrizar suas consequências para a sociedade. A dificuldade, como bem reconhecem os defensores do ex-presidente transformado em presidiário no último sábado, é que não existem as provas materiais para materializar os danos causados à população por essas práticas criminosas, que não vão passar recibo nunca.

Voltando à violência explícita, a que dispõe de dados estatísticos para pesquisas e estudos, é o caso de registrar, conforme o Mapa já referido, que o Amazonas, apresentou, entre 2005 e 2015, um crescimento superior 101% na taxa de homicídios por 100.000 habitantes. Entre 2014 e 2015, a expansão desses homicídios foi de 16,8%, enquanto entre 2010 e 2015, chegou a 20,3%.

Ao cidadão que paga impostos e mesmo assim não tem garantia de sair para o trabalho e voltar com vida, fica apenas a possibilidade de perguntar o quê, realmente, está sendo feito para garantir o direito à vida das pessoas, além dos discursos repetitivos transmitidos diariamente pelas autoridades.

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